Grant Morrison (roteiro) constrói uma história intermediária, daquelas criadoras de cenário para serem explorados depois (veja o review de A fúria dos reis – aqui – para saber do que escrevo). No arco, Bruce Wayne envolve-se com Jezebel Jet em um estilo que lembra as sequências de abertura dos filmes da cine-série James Bond, enquanto em Gotham City inicia-se um trama aparentemente comum de um policial que, alimentado de veneno (a substância química do Bane) e soro monstro (a substância química de Hugo Strange), torna-se um violentador e assassino de mulheres. Por motivos não claros, a corporação decide manter os crimes por baixo dos panos e o prefeito pressiona o Comissário a não evidenciar esforços para solucionar o caso.
Quem estaria pressionando o prefeito a interferir no caso?
Batman, surtando sob efeitos de morfina, crê que viu uma relação entre o policial que atirou no Coringa no primeiro arco (aqui), este que se tornou um monstro e um terceiro, ao qual ele busca. Em vários momentos da passagem de Morrison nota-se um sub-texto de drogas abrindo as portas da percepção do homem-morcego, usado de maneira tão sutil que nem as associações de classificação de quadrinhos conseguem ver a dica.
No fim resta a pergunta quem é o terceiro fantasma de Batman? Ou seria apenas delírio?
De pano de fundo, a necessidade de Robin (Tim Drake) em se provar para Batman, a recuperação de Talia e Damian e o ódio desta por Jezebel, além de mais grafites com “Zur en Arrh” pelas paredes de Gotham, mas a equipe de arte (Andy Kubert e Jesse Delperdang) cria uma falsa poluição visual para que o leitor imagine que são apenas grafites aleatórios e nada mais.
Originalmente publicada em Batman #664-665 (maio e junho/2007) e traduzido no Brasil pela Panini Comics em Batman #66-67 (maio e junho/2008).