100 números depois!!!

A primeira vez que iniciei uma série de quadrinhos foi quando a Editora Abril comprou parte dos direitos da Marvel e iniciou com Heróis da TV, Capitão América e Tumba de Drácula em 1.979. Não é a primeira vez que comprei quadrinhos para mim, pois já acompanhava esporadicamente Homem-Aranha, Hulk, Ken Parker e alguns personagens infantis (os ditos “animais engraçados”), além da Turma da Mônica, Luluzinha & Bolinha, e mais alguns que os anos não me permitem lembrar.

A editora que dominou meu coração – a DC Comics – eu só viria a conhecer nos últimos lançamentos da EBAL em 1.981/82/83 e só passaria a comprar regularmente quando a Abril adquiriu o controle sobre esta editora depois de quatro décadas com a família Aizen. Culpar a Abril pelos erros e acertos é chover no molhado. De uma forma ou outra a DC esteve regularmente nas bancas brasileiras durante dezoito anos. Talvez este ou aquele personagem não teve a atenção necessária (ah, a Legião, sempre a Legião...) mas isto também já é assunto morto.

No início dos anos 2.000 a Abril não renovou a licença para publicar a tradução dos gibis DC Comics, em função de já ter perdido os direitos da tradução da Marvel Comics e seis meses depois a Panini Comics decidiu acrescentar a linha ao seu catálogo, que já tinha a Marvel.

Houve erros e acertos também. Com apenas três títulos iniciais a DC não tinha a variedade de personagens que possuia a Marvel nas bancas. As linhas Vertigo e Wildstorm estavam fatiadas entre várias editoras que trabalhavam com tiragens muito baixas e preços pouco competitivos. A Panini lentamente (muito lentamente, diriam alguns) arrumou a casa e conseguiu ampliar um pouco a linha. Nota-se claramente que as ampliações da DC não se tornaram definitivas, enquanto as da Marvel permanecem, mas aí já é outro assunto. Nota-se também a velha estratégia usada tanto na Marvel quanto na DC de, em casos de edições com quatro histórias, uma geralmente era um título inferior e criticado pelos leitores. Hoje com três histórias alguns leitores questionam a objetividade de publicar Supergirl (em Superman), Streets of Gotham (em Batman) ou Sirens of Gotham (em A sombra do Batman): todos são títulos secundários que deveriam serem sacrificados em prol dos títulos de maior relevância.

Completar cem números publicados (oito anos e quatro meses), é um feito. A EBAL reiniciava na numeração de suas séries ao chegar ao número cem; a Abril zerava quando era conveniente. A maior numeração ainda pertence à Abril (147 edições de Super-Homem), mas com a vinda de mais um filme do homem-morcego (Dark Knight Rises), um do homem de aço e um possível da Liga da Justiça é certo que estas séries tem uma sobrevida mínima de mais 24/36 meses antes que uma nova crise mercadológica obrigue a editora a reavaliar a publicação.

Claro que como leitor antigo tenho dúzias de sugestões que acho relevantes, mas devo confessar que a Panini foi além publicando encadernados como a série Archives (erroneamente referindo-se à outra série chamada Chronicles) em capa dura e com certa regularidade. Não deu certo e a Panini retirou do mercado não somente os Archives (da DC) como os Masterworks (o mesmo material clássico em capa dura, porém da Marvel). Acredita-se que com a proximidade dos filmes (X-Men – Academy X-Men, Thor, Captain America the first avenger, Spider-Man, Green Lantern, Dark Knight Rises, Superman, Avengers, Justice League) a editora retome a linhas de capa dura clássicas.

Cheia de acertos e erros a trajetória das séries em quadrinhos da DC nas mãos da Panini é superior à trajetória nas mãos de outras editoras. Com cem edições de Batman, Liga da Justiça e Superman publicadas é o momento de apagar as velinhas e desejar “boa sorte”.