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Não quero dizer que não a entendi. Quero dizer que nunca parei para refletir sobre a série depois que a li e armazenei a fantasia padrão de adolescentes sobre quadrinhos adultos: violência, morte e ressurreição.
Na história escrita por Neil Gaiman e pintada por Dave McKean, a heróina Orquídea Negra é assassinada ao investigar uma subsidiária de Lex Luthor. Com pouca relação real com esta trama – o melhor seria dizer nenhuma – um ex-funcionário de Luthor sai da cadeia após cumprir pena de sete anos e deseja reaver seu emprego.
Inicialmente sem sucesso, ele se depara com o cruzamento genético entre humanos e plantas, feito pelo namorado de sua ex-mulher – a qual assassinou após ela denunciar a operação das empresas do chefe do crime de Metrópolis. Oferece o material à Luthor, mas destrói algumas amostras e deixa escapar duas sobreviventes.
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Nesta busca de auto-conhecimento, a Orquídea é seguida por agentes de Luthor e estes seguidos pelo ex-marido de sua matriz celular que deseja vingança por ter sido desprezado novamente pelo empresário, e chega à Amazônia, onde os índios permitem que ela “plante” “filhos” dela com o Monstro do Pântano.
Para mim a obra que li originalmente quando tinha catorze anos mostra que sempre é necessário uma releitura. Não era assim que me lembrava da história. Tudo confere, mas minha percepção da história era outra.
Que estranho!
* * *
Anos depois a DC Comics retornou à personagem numa curta série publicada pelo selo Vertigo em 1.993. O primeiro arco e o cross-over deste volume com Swamp Thing já foi publicado no Brasil no final do século passado.