Os homens que não amavam as mulheres (2005; Brasil - 2008), um tijolo de 522 páginas nos introduz aos personagens e relata a contratação de Mikael para descobrir o mistério do desaparecimento de Harriet Vanger, desaparecida há 40 anos. Salander foi contratada por uma agência para investigar a honestidade de Blomkvist e depois retorna como auxiliar do jornalista, por quem desenvolve uma paixão à la complexo de Elektra.
A Salander é uma personagem misteriosa e mesmo os ataques desferidos contra ela por seu tutor obcecado não deixam o público com pena, e sim com desejo de vingança. O desdobramento da trama e a vitória da personagem é a vitória do leitor.
Larsson consegue fazer o leitor prender a atenção e querer continuar a cada minuto. Faz descrições detalhadas de questões tecnológicas (computadores, notebooks, conexões ADSL) e seus personagens, o mais rico da obra, são complexos e com motivações firmes. Não há jogadas ao acaso e todos se usam. O cenário é bem construído e tudo torna-se bastante provável.
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É um romance policial, mas Larsson o usa para denunciar a corrupção em seu país de origem, que teria escândalos tão interessantes quanto o Brasil.Não deixa nada a dever à Agatha Christie, sendo superior até, em função da contemporaneidade e consegue divertir e convencer ao leitor da necessidade de acompanhar a vida desta improvável dupla. Excelente ocupação para um final de semana prolongado.
Já foi adaptado para o cinema na Suécia (onde 1/3 da população já leu a série) e promete em breve receber adaptação americana, mas depois de assistir à versão sueca acho que o formato ideal seria uma série de TV de seis horas de duração, preferencialmente produzida pela HBO, que tem tradição em ser fiel ao texto.
A trilogia Millennium |