Vampiros e lembranças, II

Li originalmente “A hora do vampiro” (nome nacional da obra, recém distribuída em formato pocket nas bancas) há 23 anos. Visualmente o confundi com “Gótico Americano”, o arco do Monstro do Pântano em que surge John Constantine

Quando penso em Danny Glick – um dos meninos vampirizados do livro – penso como referência visual o garoto da história de vampiros do arco escrito por Alan Moore.  

Cai bem, senão perfeitamente. Na história em quadrinhos, o elemental retorna a uma cidadezinha que foi infestada por vampiros – e eles evoluíram, passando a viver sob a água – para acabar o serviço. 

Guarda semelhanças gerais com o epílogo de “A hora do vampiro” quando os sobreviventes no início do verão seguinte provocam um incêndio para destruir as moradas dos vampiros e retornam nos dias seguintes para eliminá-los. 

Ao reler o livro vejo que parte de um excelente filme de vampiros (A hora do espanto/Fright Night, 1.985) foi inspirado no romance, porém de maneira bem sutil. Em ambos há a figura onipresente do guardião do vampiro e a sugestão do relacionamento homossexual. Além disso há a casa abandonada que passa a ter novos e misteriosos moradores, enquanto o dia-a-dia de uma pacata vizinhança é alterado. 

O filme, um clássico e precursor do termo “terrir” (terror com humor), iniciou, no Brasil, uma série de lançamentos com o título “A hora...”: do pesadelo (Pesadelo na Rua Elm, no original), da zona morta (Zona Morta, no original), do lobisomem (Bala de prata, no original), da verdade (Karate Kid, no original). 

Como indicação ficam os três: o livro “A hora do vampiro” (disponível em bancas em formato de bolso por R$ 24,90); o arco “Gótico Americano” de Alan Moore (argumento) & Stephen Bissette, John Totleben, Stan Woch, Rick Veitch, Alfredo Alcala (arte) (Monstro do Pântano #01-08, Editora Abril) e o filme “A hora do espanto”, que por sinal está para receber um remake.