A economia das temporadas das séries inglesas, em geral com apenas oito episódios, deveria ensinar algo aos americanos. A rede de TV HBO já aprendeu algo e desde que iniciou a produção de séries, o faz com economia, apresentando em geral doze episódios, no máximo, catorze por temporada.
Esta medida simples cria uma série enxuta, com tramas possíveis de serem acompanhadas e terem sentido real e não apenas jogar uma dezena de coisas para o público e ir pescando o quê funciona.
Battlestar Galactica, série do Sci-Fi Channel (hoje SyFy por que não podia registrar a marca Sci-Fi, uma palavra de uso correnta da língua inglesa) conseguiu reduzir um pouco estes problemas com a divisão em blocos de dez episódios, criando duas temporadas em uma.
V (2009), série de TV que assim como Galactica, recria uma série antiga, será certamente lembrada pelo rosto da atriz brasileira Morena Baccarin e pelos cenários digitais feios. Metade da série é filmada usando a tecnologia do fundo azul, para na pós-produção receber via computador os cenários. O resultado é perceptível e geralmente risível, especialmente nestes tempos de tanto uso da mesma tecnologia com resultados superiores.
V (2009), termina sua temporada na ABC norte-americana com doze episódios, mas com gosto de trama mal elaborada, feita nas coxas para abastecer a imaginação dos fãs de ficção científica.
A imagem mais forte é a evocação dos céus vermelhos no episódio final (Red Sky em inglês) lembrando tramas dos quadrinhos como “A trilogia de Galactus” e a clássica “Crise nas Infinitas Terras”.
Em ambas o céu vermelho significava mudanças e ameaças próximas, aqui se tem a impressão que a única real ameaça é V não conseguir manter o público no canal norte-americano após o final de Lost.