Naftalina: A tempestade do século [1999]

Produzido para a TV e com 4 horas de duração esta série foi escrita por Stephen King para esta mídia ao contrário de outras histórias que são adaptações de seus romances e novelas.

Em 1.989 a cidade-ilha de Little Tall é assolada por uma gigantesca tempestade de neve e perde contato com o continente. Durante os eventos chega à cidade o forasteiro Andre Linoge, que assassina uma idosa e apresenta poderes sobrenaturais: sabe dos pecados de todos e influencia outros para matarem.

Linoge diz “Me dê o que quero e eu irei embora”.

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Mike Anderson
é o delegado da pequena cidade-ilha com 400 pessoas e que todos se conhecem. Não será um louco que o irá amedrontar e sim o fato de que Linoge teve acesso a informações que ninguém além dos envolvidos saberia. Aos poucos Anderson percebe que realmente Linoge tem poderes místicos e deseja algo.

O quê?

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Bom programa, talvez um pouco mais longo do quê deveria ser, A tempestade do século retorna ao clássico tema de Roanoke uma colônia inglesa que se estabeleceu na Virgínia no final dos anos 1.580. Com dificuldades alguns colonos retornaram à Inglaterra e no retorno à América (em 1587/90) encontram as casas abandonadas e apenas uma única e misteriosa inscrição “Croaton” - ou “Croatoan”, dependendo da fonte.

Não se sabe o destino dos colonos e de seus corpos e parte dos conspiradores de plantão defende que “Croaton” seria um lugar ainda não descoberto e outra parte que seria um demônio que subjugou a colônia de puritanos.

Nos quadrinhos Roanoke e Croatan não são novidades. Em Batman/Spawn: Hell’s War, DC Comics (1994) de Doug Moench, Chuck Dixon, Alan Grant (argumento) e Klaus Janson (arte & cores) o demônio queria dar o mesmo destino aos gothamitas. Mais recentemente no complexo projeto 7 Soldados de Grant Morrison, tivemos a série Klarion. Na trama Klarion, o garoto bruxo (criado originalmente por Jack Kirby como coadjuvante da série Demon) e sua comunidade são descendentes do povo de Roanoke, vivendo no subterrâneo.

King, autor do programa de TV, toma várias licenças e constrói um bom suspense bom para ser assistido num fôlego só no brevíssimo inverno brasileiro. Entre as licenças o autor relaciona “Linoge” com “legião” - legion, no original – um conjunto de demônios que Jesus expulsou para porcos e os fez afogarem-se. Assim, sugere que o destino final dos duzentos habitantes que estão na ilha seria afogarem-se no oceano antes do final da tempestade.

Boa diversão. Sem cenas fortes e com poucos efeitos especiais, sendo apenas mais um combate do justo contra o mal... numa cidade com segredos demais...