Preço e qualidade estão intimamente ligados.
Ainda que o arco “Novo Krypton” e suas conseqüências seja razoavelmente bom, o tamanho e o capital que tenho que investir para ler a história diminuem o interesse, ou simplesmente tornam a história cara.
Às vezes algo funciona bem na história. Às vezes não. Enquanto parece-me interessante ver o destino de Kal-El em Novo Krypton, não tenho o mesmo interesse em ver uma versão de Bonnie & Clyde kryptonianos como foi mostrado na última edição nacional de Superman.
A DC e a Marvel às vezes perdem muito com o tamanho e as proporções que as coisas tomam. Claro que tudo isso é intencional, feito visando-se única e exclusivamente o lucro e a exploração das possibilidades até a última gota.
Assim, acho que a última grande história de li foi em maio de 2005 – já faz cinco anos! – quando comprei a edição original de “Contagem Regressiva para Crise Infinita” uma edição de 80 páginas de história a US $ 0,80 (oitenta centavos de dólar) escrita por Geoff Johns, Greg Rucka e Judd Winick, com arte de Rags Morales/Michael Bair; Ed Benes; Jesus Saiz/Jimmy Palmiotti; Ivan Reis/Marc Campos e Phil Jimenez/Andy Lanning.
Na trama auto-conclusa, Besouro Azul II (Ted Kord) descobre que alguém está usando a sua empresa de tecnologia para lavagem de dinheiro e, eventualmente isto poderá levá-lo à falência. Ao tentar avisar amigos como Maxwell Lord, Bárbara Gordon e Bruce Wayne, recebe portas fechadas, mas sua ânsia da verdade o leva a descobrir um gigantesco plano para destruir os heróis do Universo DC com extensões para vários eventos da editora naquele ano.
Ao descobrir quem estava por trás, Ted faz o sacrifício máximo para destruir parte da informação que o vilão coletou. A morte do herói é sentida até hoje e mesmo com o retorno de 12 personagens (veja aqui) a DC Comics decidiu que ele morreu de forma heróica e não irá retornar – pelo menos, não agora.
Feita por excelentes roteiristas – hum... talvez o Winick não seja, mas... paciência – e tão bons artistas quanto, a história foi a última vez que li algo com início, meio e fim numa única edição (mas era de 80 páginas, é bom lembrar) que realmente valeu a pena.
É nestes momentos que penso que juntar eventuais 8 edições (24 páginas x 8 edições = 192 páginas) numa edição única de 100 ou 120 páginas poderia fazer surgir algo renovador e não pingos de ação entre splash pages como foi Invasão Secreta da Marvel.
Claro que para a editora é mais interessante a exposição permanente do que uma única exposição, argumento usado inclusive por Joe Quesada quando houve o anúncio do formato graphic novel para um novo selo da DC Comics.
De qualquer, se encontrar por aí a versão nacional de “Contagem Regressiva para a Crise Infinita” compre sem medo.
Vale cada centavo e você não precisará ler nada mais para entender a trama, ainda que dentro dela estejam inseridos diálogos, acontecimentos e fatos que extrapolam a última aventura de Besouro Azul.