Socorro!: A revolução da Panini II

Analistas apontam que a Editora Abril sabia quantas séries os leitores comprariam por mês. Algo como 10, um número hipotético. Então produziam seis séries Marvel e quatro DC.

A Panini não tinha acesso a estes dados e tentou: a) reprisar sucessos externos e b) juntar personagens que estivessem em evidência em função de filmes. A estratégia dos filmes e séries de TV deve ter falhado já que Liga da Justiça – o desenho da TV, Smallville, Quarteto Fantástico & Capitão Marvel, Hulk & Demolidor, Justiceiro & Elektra, O Incrível Hulk e Demolidor – o homem sem medo apesar de algum impacto inicial foram canceladas.

Mesmo reedições de sucessos da Editora Abril como “Novos Titãs” não conseguiram manter o pique e olhem que a própria Panini não apostava muito na série. Com tiragem menor tiveram que fazer uma segunda impressão de Novos Titãs #01 e de 1602 #01 – esta uma série do astro Neil Gaiman.

Note que em nenhum momento a Panini foi desafiadora e tentou criar uma nova cultura de consumo... mas houve rascunhos.

Tentou introduzir a Top Cow, mas foi apenas por que a DC poderia sair da editora e necessitava ocupar as bancas. A maior parte do material da Top Cow é lamentável, para dizer o mínimo.

Tem uma vasta coleção de mangás publicados, mas, na verdade, copiava o que estava funcionando em outras editoras tradutoras.

Tentou publicar séries franco-belgas como XIII e Blueberry, mas era um teste apenas já que outra editora tinha lançado material franco-belga (Arthur, uma epopéia celta) e depois material autoral europeu (Corto Maltese) e estava chamando atenção. Apesar de concluir as séries, nota-se que não houve sucesso e planejamento adequado.

A segunda conclusão que chego é que os homens de negócio da Panini não tinham uma cultura de negócio suficiente para mostrar seguimentos de mercado e fazer o leitor permanecer fiel à ele.

Ainda assim, personagens como X-Men e Aranha chegam à 100 edições e Superman, Batman e Liga à 90, prova que nem tudo estava errado – ou ainda, em última instância, prova que o público não expande muito as linhas de compras, comprando aquilo que conhece.