Boas lembranças... nem sempre boas histórias


Engraçado como a memória prega peças em nós. Relendo toda a fase cômica da Liga da Justiça não encontrei o quê eu achava que havia ali: humor e sacadas inteligentes!

Excetuando o arco inicial (Um novo começo, que já havia comentado por aqui) e o arco “O evangelho de Maxwell Lord”, onde finalmente descobrimos o passado do personagem e suas motivações com a equipe, há uma ou outra história interessante. Uma delas é a invasão à Bialya onde Batman vai disfarçado de Bruce Wayne. O resto é completamente descartável.



Quando Kevin Maguire não está assinando a arte, a coisa piora sensivelmente. Steve Leialoha (Novos Mutantes) é horrível, caricato. Bill Willighan (Fábulas), que fez um anual não acerta no tom para o título e Mike McKone, que fez um anual e algumas fill-ins, em início de carreira é isso mesmo, um artista em início de carreira: fraco no desenho e barato.


A equipe também tem uma série de mitos. O maior é que a fase é cômica em todas as edições. Mentira! Há histórias disfarçadas no período, como a já citada invasão à Bialya e uma invasão à URSS para resgatar um prisioneiro (Nêmesis), duas tramas políticas sendo que a segunda tem cross-over com Esquadrão Suicida. Há também um enfrentamento com um marginal que roubou o mega-bastão de Barda – uma pífia tentativa de fazer uma história violenta. Infelizmente há tramas muito bizarras e que pioram quando surge o título trimestral Justice League Quartely, em geral tramas longas e duas ou três tramas curtas secundárias.



O tom de humor volta a ter níveis aceitáveis no início do terceiro ano da revista quando o artista Adam Hughes faz uma passagem pela título principal, especialmente quando J’Onn tem uma batalha expressiva com Despero, beeeem distante do tom de bom humor da série. Se você quiser conferir cheque a partir da edição 39 da série da Editora Abril Jovem.

Interesse notar que a equipe “Liga da Justiça Europa” criada apenas para explorar o sucesso da Liga América tem uma coesão muito maior nas histórias que sabem dosar perfeitamente humor e aventura. A grande sacanagem do título, na fase inicial, é lotar a equipe na embaixada francesa, sendo que somente Ralph Dibny e o Soviete Supremo sabem falar francês! A equipe é ridicularizado constantemente. Criada apenas para ser uma cópia a equipe ganha força especialmente depois do primeiro ano, quando Bart Sears, o artista, chega a um ponto de maturidade artística adequado. Procure as edições com aventuras da equipe na época da fase Diet DC.

Um detalhe: A Editora Abril mudava o logo da revista de acordo com as histórias apresentadas. Se havia apenas histórias de uma das equipes, apresentava ou “Liga da Justiça América” ou “Liga da Justiça Europa”. Se havia histórias de ambas na edição apresentava “Liga da Justiça Internacional”.