A trama é centrada na tentativa de Rhodan e seus mutantes de
impedirem que os deformadores individuais (DI) destruam a Terra,
mesmo diante da desistência de Crest e Thora, que fazem uma leitura que a humanidade não tem capacidade de enfrentar um inimigo que mesmo para seu poderoso império era tão perigoso. Grande parte do livro
é sobre as consequências políticas, a indiferença dos arcônidas
e uma primeira tentativa de chegar em Vênus, tão discreta que não
deve nem ser considerada. Os DI tem uma base naquele planeta que não
deve fazer contato com os 22 agentes que estão na Terra, seus corpos
em uma caverna enquanto dominam pessoas pelo mundo - é a visão da caverna que ilustra a capa ao lado.
Mas em determinado momento o mutante Ernst Ellert que tem a habilidade de “ver” futuros possíveis cria com Rhodan um plano para localizar a base dos DI na Terra e também um plano para impedir que eles assumam figuras de destaque e acionem o arsenal nuclear terrestre. Ellert tem uma habilidade sui generis: ele vê os futuros e aparentemente analisa aquele que tem maior probabilidade de acontecer! Hum, recentemente em vi isto em algum lugar!
Durante o processo do acionamento de uma “arma definitiva” Ellert se sacrifica, mas não morre duplamente! Duplamente porque seu corpo fica em animação suspensa, que os envolvidos creem ser um coma e o colocam em uma espécie de sarcófago que tem um que da simbologia egípcia. Mas ao mesmo tempo seu eu viaja no tempo e espaço para um local de posição desconhecida chamado Gorx onde ele é tudo – o planeta e os seres que habitam nele.
A ideia de usar o espião Mercant, neste momento já um colaborador de Rhodan, como um espião nas empresas criadas por Adams e Rhodan é divertida e rende uma boa ironia. Mercant faz seu papel e explica a Adams por frases truncadas o quê faz ali. Adams entende e se diverte. Esta trama ajuda a explicar que há destroços bem completos de seções da nave dos arcônidas na Lua e que a Terceira Potência os usará, que o governo americano sabe e pretende se apossar deste material, mesmo à revelia da Terceira Potência e que para tanto possui uma nave semelhante à Stardust, pronta para fazer o trajeto.
[Opinião]
Gente! Como os primeiros episódios tinham tramas em profusão. Dezenas correndo ao mesmo tempo no mesmo episódio. Mas a coisa que me saltou aos olhos foi que Perry Rhodan 7 publicado em 20/10/1961 já registrava o termo "homo superior" para mutantes e já fazia a correlação de que o "homo sapiens" seria inevitavelmente substituído pelo "homo superior"; no caso os mutantes e, na trama, todos relacionados com radiação. É uma ideia central da série em quadrinhos X-Men (1964) criada por Stan Lee & Jack Kirby, mas o uso mais forte destas ideias seria na passagem de Roy Thomas & Neal Adams e posteriormente após a chegada de Chris Claremont (1975-1991) que conduziu a série durante uma década.
Sobre a trama achei a metade bastante arrastada ainda que tente criar a ideia de como seria as ações dos governos caso uma potência tecnológica desta magnitude existisse. Às vezes os autores se preocupam com detalhes, mas deixam passar o caos provocado na Bolsa e não explicam, ao menos de imediato, ações de empresas militares ou ainda a questão do abastecimento em uma região desértica.
Apesar de um início lento, logo o episódio tem uma velocidade considerável e ganha o interesse do leitor que fica curioso com as questões relativas ao universo ficcional que estava vendo ser criado naquele momento.
Volume anterior: Perry Rhodan 06 - O Exército de Mutantes.
Volume
seguinte: Perry Rhodan 08 - Base em Vênus.