Retornando para o Forte Navajo o tenente Mike Blueberry assiste ao assassinato de duas mulheres apaches – mulher e filha de Amargura – por um trio de jovens brancos relacionados com uma seita milenarista que extrai ouro em uma cidade próxima ao Forte. O líder desta seita é pai de dois dos envolvidos, mas parece ser mais pragmático do que o costumeiro para este tipo de personagem.
Blueberry se adianta, leva os corpos aos apaches e diz não ter maiores informações, tencionando não permitir uma nova guerra entres as nações indígenas e os brancos, enquanto ele próprio encontra e prende os responsáveis. Mas suas ilusões caem por terra quando Amargura começa a investigar o crime por conta própria, assim como os responsáveis também se adiantam em esconder pistas ou acabar com aqueles que estejam os perseguindo.
Lançado no Brasil apenas um ano após o lançamento no mercado franco belga o álbum “Blueberry: Amargura Apache” inicia um novo ciclo e consegue entregar uma história sólida que não fica fazendo “fan service” (exceto no uso de rostos de atores de western spaghetti, em especial de “Era uma vez no Oeste” de Sergio Leone) para agradar fãs saudosistas. Não facilita em posicionar a história em uma continuidade: Ela existe e foi narrada, apenas isto!
Com roteiro de Christophe Blaine e Joann Sfar e arte de Blain a história é um excelente ponto de início para leitores que não conhecem o personagem, assim como um ponto excelente também para leitores antigos que gostariam de ver mais aventuras com o Tenente Blueberry. Os roteiristas não economizam nas críticas, habilmente distribuídas para que não fiquem gritantes: a comunidade messiânica tem hábitos sexuais não muito saudáveis e seu líder não passa de um covarde violento e pragmático que sabe para onde correr quando as coisas não dão certo.
Mais um dos grandes lançamentos do ano de 2020 no Brasil, que conseguiu apresentar ao fã de quadrinhos ao menos uma dezena de EXCEPCIONAIS lançamentos.