O
ponto mais difícil para um autor é saber quando dizer “Fim”. As
histórias coletadas em “Guerra” são exemplos claros disto.
Nos
volumes anteriores descobrimos que Diana é filha de Zeus e que há
um novo “último” herdeiro, dono de uma maldição própria. A
heroína decide proteger a criança e agrega alguns personagens
interessantes, outros nem tanto, mas se destaca Órion de Nova
Gênese, visto que foi na série Wonder Woman de Os Novos 52 que
a DC Comics decidiu trazer para o Universo DC o conceito de Os Novos
Deuses.
A
série é visualmente interessante e tem conceitos de arte originais
para representar os deuses e semideuses, mas parte da magia se perde
na quarta edição exatamente porque já vimos tudo aquilo antes. E é
isto! Surge mais o inimigo bestial, o “Primogênito”, mais uma
luta, mais feridos e em determinado momento da trama Orion decide
levá-los para Nova Gênese para tratar os ferimentos e para dar um
respiro. Surge a edição 22 que é o interlúdio no mundo dos Novos
Deuses sem, no entanto, aprofundar muito nas motivações,
apresentando um Pai Celestial mais militar e menos tolerante com
Órion. Deixa claro que teremos mais para a frente.
A
irritação é que a última edição (23) termina sem terminar a
trama, deixando tudo em aberto, deixando claro que as edições
#19-23 foram “apenas” um capítulo e o melhor resumo do capítulo
é “um inimigo poderoso se estabelece, conhecemos Nova Gênese e um
amigo caí” é isto que acontece na edição.
Chocada
com mortes ditas desnecessárias, a heroína decidir não matar o
antagonista que vitimou tantos companheiros e segue para velar pelo
meio-irmão tombado. Estende a conclusão de parte da trama para os
arcos seguintes, ao meu ver desnecessariamente. Há uma certa beleza
e até poesia no desenrolar, mas como não há conclusão de fato e
tudo fica em aberto para uma nova rodada do conflito que era o foco
da edição, então soa mal. Novamente muito volume de papel para
pouca história.
Mulher-Maravilha
(volume 4): Guerra; Panini Comics, 2018, ISBN
978-85-4260-988-2; reúne Wonder Woman #19-23 com texto de
Brian Azzarello, lápis de Cliff Chiang e Goran Sudzuka e finais de
Tony Akins e Dan Green.