Spock está
morto! Longa vida a Spock!
Os
quadrinhos que adaptam séries de TV e filmes sempre sofreram por ser
um produto marginal, não só pela mídia sempre mal vista, mas por
terem uma linha narrativa própria e distinta do produto original.
Chama-se esta linha de “Universo Expandido”, mas
sabe que seu valor é exclusivo para a mídia derivada para a qual
foi projetado. Desconheço a influência dos quadrinhos e dos livros
nas séries originais – mas, lembre-se, desconhecer não significa
que não exista.
Fica-se
com este gosto quando leio o quarteto inicial de histórias de Star
Trek (DC Comics, 1984 series). A trama passa-se após Star
Trek II: A ira de Khan (1982) onde Spock sucumbiu. Para
substituí-lo a também meia vulcana/romulana Tenente Saavik
assume como oficial de ciências. Evidentemente Kirk passa a exigir
muito da moça e McCoy passa a tentar relativizar tudo. A surpresa
termina aí! O resto e mais do mesmo, ainda que Tom Sutton
e Ricardo Villagran tenham um traço belíssimo e
adequado ao propósito da série.
Na
trama escrita por Mike W. Barr Kirk pede para reassumir o
comando da Enterprise, sem, no entanto, perder a patente de
almirante. A primeira missão é um conflito com klingons que estão
explorando uma tecnologia de buraco de minhoca e fazendo ataques
repentinos. A trama leva a uma guerra declarada entre klingons e a
Federação, que na verdade, estão sendo manipulados por criaturas
semideuses apresentadas na série clássica, que teve um gigantesco
compêndio de tais criaturas. Rumando para Organia, Kirk se
alia ao klingon Capitão Kor e enfrentam excalbianos
que desejam descobrir quem era mais forte: o bem ou o mal.
Apesar
de uma boa dose de ação e da criação de vários personagens
secundários bem críveis e divertidos, como um alferes herdeiro de
nativos americanos (Bearclaw) ou um klingon amante da paz
(Konom), mas existentes só nesta versão do universo
expandido a trama é muito semelhante aos conflitos existentes na
série clássica e não me convenceu. Muito “semideuses querendo
descobrir a verdadeira natureza do mal”.
Curiosidade:
Em uma edição seguinte pela pureza da época os autores permitem
que McCoy examine Konom para descobrir o quê há de errado com ele.
Seria o mesmo que examina um homossexual para descobrir o “quê há
de errado”. Não há nada! É uma opção!
Como
o editor da série é Marv Wolfman cabe ao companheiro George
Pérez as capas destas quatro primeiras edições.
Curiosidade:
Wolfman foi o responsável pela adaptação em quadrinhos do primeiro
filme ainda pela Marvel Comics. Após as três edições de adaptação
Mike W. Barr foi o primeiro roteirista da série da Casa das Ideias.