A
Marvel Comics prova como os tempos são diferentes. A
série americana Fantastic Four passou por diversos
relançamentos mas suas vendas não se ampliam. Novidade?
Não!
Ao longo dos anos sempre tivemos conhecimento de séries boas com
baixa vendagem, a série do Quarteto apenas vem engrossar a lista.
Até aí nada de novo.
A
novidade é a abordagem que a Disney/Marvel está dando
ao tema. Os direitos para cinema e TV do Quarteto e dos mutantes
pertencem à FOX. Desde que a Marvel Studios conseguiu
sucesso na administração das propriedades intelectuais da Marvel
Comics, em especial com a franquia dos personagens derivados de
Os Vingadores (Homem de Ferro, Capitão América,
Thor e a própria série Os Vingadores) e conseguiu unir esta
franquia ao enredo de construção de um universo com Os Guardiões
da Galáxia, a Disney tem tentado reaver os direitos das duas
franquias perdidas na época da falência da editora – Quarteto e
mutantes.
Bem,
ao que parece, os mutantes vão bem, obrigado! O último filme não é
um primor, mas rendeu o suficiente para garantir uma sequência. Por
sinal é a maior bilheteria da franquia que já chega a sete filmes,
com cinco dos mutantes (X-Men 1, 2 e 3, X-Men:
Primeira Classe e X-Men: Dias de um futuro esquecido) e
dois do Wolverine. A FOX aproveitando a onda de novas séries
para TV baseadas em quadrinhos anunciou a possibilidade de X-Men ou
derivados irem para a TV! Parece que pisou no calo de alguém!
Já
com o Quarteto é diferente. Seus dois filmes são mais lembrados por
a) cenas refeitas para evitar comparações com Os
Incríveis – há um personagem com poderes elásticos em ambos
e Reed Richards teve cenas inseridas para ampliar sua
relevância na trama e a importância de seu poder; b) Jessica
Alba.
A
FOX está produzindo um reboot que inseriu uma série de
ideias estranhas quando comparadas ao material dos quadrinhos. Mas é
certo que nenhum espectador de TV e cinema se importa com quadrinhos!
Gotham está aí para provar isto! É uma boa série? Até o
momento, sim! Excelente até, em alguns momentos. Mas é
cronologicamente possível de ser encaixada na história do Batman?
Não! Só para ficar no absolutamente óbvio: Montoya foi
inserida nos quadrinhos graças à série de animação de Bruce
Timm e só passou a atuar em Gotham pouco antes de A queda do
morcego.
Isto
incomoda a mim quando estou assistindo ao programa?
Não!
São
universos diferentes, onde um bebe n'outro criando um processo
infinito de alimentação e antropofagia de ideias. Logo, se a série
de TV Gotham se estabelecer como um sucesso constante e ganhar novas
temporadas, algum autor “inteligente” adaptará conceitos para os
quadrinhos e revisará cronologias. Espere e verá!
Mas
voltando ao Quarteto, como represália ao retorno dos direitos para
produção de longas a Disney/Marvel diz que devido às baixas vendas
da série mensal em quadrinhos, decidiu cancelá-la – é uma
possibilidade, não um fato. Fará diferença?
Não!
Mesmo
que a Marvel envie instruções para que os autores e ilustradores
não se refiram ou desenhem o Quarteto e seus personagens, apenas a
editora perderá. E mesmo que se resolva fazer o mesmo com os X-Men,
apenas a editora será afetada.
Sim!
Existe um boato em que a Marvel/Disney fará uma franquia
cinematográfica com Os Inumanos e os estabeleceriam como um
concorrente direto dos mutantes.
[Conclusão]
As
séries em quadrinhos alcançam de 20 a 70 mil leitores nos EUA.
Séries TOP 10 70 a 120 mil. Um filme alcança milhões no mundo! A
Marvel encerrar seu título primordial – Fantastic Four –
é a prova da incapacidade de mostrar a série da família Marvel por
definição, de uma maneira interessante aos leitores.
Se a
possibilidade é parar de nutrir os roteiristas da FOX com temas para
serem adaptados (tolinhos!) há uma quantidade tão grande de
histórias nestes 50 anos de aventuras que dariam no mínimo uma
dúzia de filmes, isto apenas para ficar nas histórias de Kirby &
Lee, Roy Thomas & John Buscema, John Byrne e
Mark Waid & Mike Wieringo. Ou melhor, só as histórias de
Kirby & Lee dariam uma dúzia de filmes!
Mas
algo de bom pode surgir disto?
Sim.
Se a ideia de a Marvel encerrar a série vingar, os personagens
poderão ganhar novas séries apenas quando houver novas ideias, e
isto é bom. Afinal histórias devem ser
contadas por uma necessidade intelectual e não um cronograma de
lançamentos. Em
última instância uma história deve ser contada apenas quando há
algo para ser contado. Se em algum momento a Disney
ganhar a queda de braço sempre haverá a possibilidade de alguma
série chamada, por exemplo, Fantastic Four: The Hidden Years,
que hipoteticamente poderia
narrar o quê aconteceu com os personagens quando não estavam sendo
publicados.
Ganhará
o leitor de quadrinhos?
Dificilmente,
mas ao mesmo não encontrará nas bancas – ou comic shops – uma
série que só o faz lembrar de como um dia aquela revista foi boa.
Mas
quero ver a Marvel cancelar todas as séries mutantes!