Elric: To Rescue Tanelorn

Antes de mais nada devo confessar que esta não é uma aventura de Elric, mas do Red Archer – e não, não é o parceiro do Olliee é o segundo conto do segundo volume de crônicas do personagem principal (Chronicles of the Last Emperor of Melniboné: Volume 2 To Rescue Tanelorn, Del Rey, 2008).

Eu li o primeiro volume no início de 2013 e mesmo tinha iniciado o segundo volume há um ano, quando li que Michael Moorcock havia assinado um contrato para publicação de quatro livros no Brasil. Com a chegada da Saída de Emergência, que publica a série em Portugal, eu acreditei que não haveria maior demora.

Me enganei e retomei a leitura dos contos, que intercalarei entre os romances que lerei a partir de agora.

To Rescue Tanelorn, o conto, foi publicado pela primeira vez em Science Fantasy #56 de dezembro de 1.962 e ajuda a criar o cenário para a guerra entre o Caos e a forças da Ordem. Vale lembrar que no universo de Moorcock nenhuma das forças dá muita importância para a humanidade, daí neste conto os personagens decidirem pedir auxílio aos lordes cinzentos, ou seja, nem branco (ordem) nem negro (caos), mas um meio termo. No texto a decisão é justificada com a explicação de que, atacados por forças do Caos, se pedissem auxílio à Ordem tomariam lado na guerra que ocorre.

Aqui conhecemos a cidade de Tanelorn, além do Deserto Sussurrante que é um ponto de repouso para os aventureiros e viajantes cansados; mas as forças de Lorde Narjhan, que lidera Nadsokor, a Cidade dos Mendingos, orientados pela agenda do Caos, partem para atacar Tanelorn.

Rackhir, o Arqueiro Vermelho, decide pedir auxílio aos Lordes Cinzentos e para tanto conta com a ajuda do ermitão e sábio Lamsar que irá conduzi-lo entre os reinos e portais interdimensionais – os Cinco Portões – para alcançar a dimensão dos tais lordes. A viagem, rápida e a descrição dos reinos é uma das partes mais saborosas do conto.

Resta saber se chegarão a tempo para salvar Tanelorn e, mais importante, se conseguirão a ajuda esperada.

[Impressões]
Depois da grandiosidade de The Eternal Champion – o conto que abre o volume, To Rescue Tanelorn parece uma história muito certinha e perfeita.

Na trama tudo dá certo e o quê cria um terrível contraponto entre a tragédia de Elric e a sorte de Rackir.

Feita para leitura rápida, o conto ajuda a criar o cenário das forças em conflito, da urgência do Caos atacar a Terra e as cidades livres, mas o quê fica ao final é a impressão de ser um conto menor, importante para criar um background para os eventos que já se concluíram no primeiro volume da coletânea.

[Artes & Adaptações]
Vale ressaltar que o livro é ilustrado com artes de Michael Wm Kaluta, lendário artista que se estabeleceu como artista de série de terror e fantasia nos anos 1.960/1.970, e que o artista faz uma belíssima ilustração do personagem que não tem relação alguma com a visão do artista da série The Vanishing Tower (First Comics, 1987/1988) donde tirei a ilustração que o apresenta à la Robin Hood.

O conto To Rescue Tanelorn foi adaptado para os quadrinhos em Elric: The Bane of the Black Sword #06 (1989) por Roy Thomas, Mary Mitchell e Eric Vincent, já nos estertores de First Comics. The Bane of the Black Sword é o nome da coletânea que anteriormente trazia o conto. Infelizmente a arte muito estilizada não faz jus ao clima sombrio que exige a história.









Roy Thomas é um dos principais autores da nona arte e responsável por adaptações de vários personagens de outras mídias para os quadrinhos, em especial, Conan e Star Wars – dois extremos. Seus trabalhos para a First Comics, adaptando o texto de Moorcock foram publicados em um momento em que se afastou da Marvel Comics (início dos anos 1.980) e após desenvolver as séries All-Star Squadron e Young All-Stars para a DC Comics.