A TV produz enlatados aos
lotes partindo quase sempre da premissa que estiver em moda no
mercado. Uma delas, no momento, é dos assassinatos, das
investigações.
Broadchurch, série
inglesa criada e escrita por Chris Chibnall é mais do
mesmo, ainda que se diferencie por boas atuações que nos permitem
crer no demonstrado: a ruptura de uma estrutura social a partir de um
assassinato.
Broadchurch é uma
pequena cidade de veraneio com 15 mil habitantes. Um garoto é
assassinado e aparentemente ninguém tem motivo para matar um menino
de 11 anos. A família e, de certo modo, parte da cidade é envolvida
em um processo de acusação e defesa: o jornaleiro com um histórico
de pedofilia, o padre alcoólatra em tratamento, o pai ausente e com
relacionamento familiar desgastado, a mulher misteriosa e
mal-humorada. Todos tem álibis fracos e algum segredo que não
desejam que seja revelado que, segundo eles, “não tem nenhuma
relação com a morte de Danny”.
É legítimo que desde o
primeiro momento o expectador tem interesse em saber o “quem” e o
“por quê”, este ainda mais que o primeiro, mas a série se
sustenta na figura da dupla de investigadores principal, que remete
aos melhores momentos de Arquivo X em termos de química: ela,
Ellie Miller (Olivia Colman), uma policial que não
conseguiu a promoção que desejava, dedicada mãe de família que
tem de trabalhar com um novo chefe, que ocupa o cargo que seria seu.
Ele, Alec Hardy (David Tennant) introspectivo, metódico
e assombrado por um caso dezoito meses antes em que a perda de uma
prova pôs sua carreira em risco, encerrou seu casamento e lhe rendeu
um problema cardíaco.
O GNT está reprisando a
partir de segunda, 11 de novembro, mas originalmente foi ao ar entre
agosto e setembro de 2013.