Acho muito divertido o
pomposo nome “Os Grandes Enigmas de Martin Mystère, o detetive
do impossível” e devo confessar que fiquei curioso de imediato
quando vi Mystère pela primeira vez na TV.
Não, não foi o desenho
animado para crianças e com pouca relação com a série fumetti
da Bonelli. Vi em uma propaganda da RGE,
recém-adquirida pela empresa de Roberto Marinho, que
anunciava o lançamento da série no Brasil numa época que também
gerou Os Comandos em Ação e Transformers.
Baseado no arquétipo do
cientista formal mas aventureiro, Mystere é um antropólgo e
arqueológo, além de formando também em belas-artes, que vive
aventuras com seu amigo Java, um homem de Neandenthal,
e não seria arriscar muito se apostar que o personagem é levemente
inspirado em Indiana Jones, assim como o professor Henry
Jones Jr. o é em dezenas de professores, cientistas e
pesquisadores que povoam a cultura pop.
Neste primeiro volume
Edouard Morel, arqueólogo e amigo de Mystere encontra pistas
que levam à confirmação da existência de Atlântida e do
domínio, já naquela época da tecnologia para a imprensa e para a
produção de raios. Morel é assassinado por enviados dos Homens
de Negro, uma organização que tenta manter inalterado o status
quo através da eliminação dos indícios que possam levar a estas
questões.
No entanto, as pesquisas
de Morel chegam ao amigo que vem à Grécia, logo após um encontro
pessoal com os tais Homens de Negro e se vê lançado em uma viagem
que o leva ao Egito e talvez à descoberta de um segredo que poderá
revolucionar a humanidade.
[Comentários]
A aventura é muito boa,
com excelentes doses de ação e perfeita caracterização dos
personagens. O texto de A. Castelli é didático sem ser chato
ou extremamente detalhista. O traço de G. Alessandrini é
limpo e soma ao roteiro.
Evidentemente a aventura
envelheceu um pouco – foi publicada originalmente em abril de
1.982. O simples fato de Martin pegar um avião de Washington para
Grécia sem telefonar antes para o amigo, não evidencia
automaticamente um furo na trama, mas sim o desapego que tínhamos ao
telefone, que naquela época era até certo ponto incomum e usado
apenas para casos de urgência.
Mas certamente convidar a
desconhecida Maria Foteynos para uma viagem ao Egito é um risco
desnecessário para um homem que sabe que sombras reais e imaginárias
estão em seu encalço. Especialmente se ambos têm um amigo em comum
que conheceremos no próximo volume.
Publicado no Brasil nas
edições #1-2 da série da RGE/Globo e na edição #1 da Record
(1990).
Os
Grandes Enigmas de Martin Mystère, o detetive do impossível
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(-1)
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#01
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(+1)
#02
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Os
homens de negro
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A
vingança de Rá
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