Com texto de Len Strazewski e arte de Mike Parobeck, Rick Burchett, Grant Miehm, Tom Artis e finais de vários, a trama transcorre no ano de 1.950, tendo cada uma das seis primeiras edições um personagem ou dupla central. As duas últimas edições mostram a equipe já unida.
Para entender a relevância de algumas passagem da trama é bom lembrar que os anos 1.950 tiveram como características nos quadrinhos tramas com temas de sci-fi, Guerra Fria, exploração da radiação e as conseqüências de seu uso.
Internamente iniciava-se a perseguição aos comunistas (os filiados ao Partido Comunista e os simpáticos às idéias). Esta perseguição chamada genericamente de McCarthismo em referência ao Senador Joseph McCarthy ou “caça às bruxas” em referência à peça “As bruxas de Salém”. Na peça, uma alegoria dos fatos que estavam realmente acontecendo nos EUA, pessoas eram obrigadas à responder questões e apontar possíveis suspeitos de terem relações com as bruxas ou os poderes do mal. Há uma versão cinematográfica do final dos anos 1.990 de excelente qualidade.
A sociedade americana também começava a modificar seus hábitos em função da onipresença da TV nos lares, como tão bem retratado na trama, onde o fato do vilão assistir a inúmeros programas de TV faz com que alguns seres de energia tenham suas formas modificadas.
Na primeira edição Ted Knight (Starman) se prepara para a inauguração do Observatório e aproveita a última noite para observar as estrelas sozinho. Uma formação estranha o deixa em uma cadeira de rodas e ele é obrigado a enviar Flash (Jay Garrick) à usina de Boulder Dam para enfrentar uma ameaça desconhecida que materializa-se na forma de um monstro alimentado por energia.
Por algum motivo Ted está obedecendo a uma sinistra dupla formada por Solomon Grundy e Vandal Savage. Alguns poucos descobrimos que Ted estaria em depressão – algo bastante tocado pelos roteiristas que trabalharam com o personagem, veja A era de ouro de James Robinson & Paul Smith - e isto deixa o cientista manipulável aos jogos de Savage, que usa o bastão cósmico de Knight, modificado pelo próprio herói, para invocar os seres de energia – uma manifestação de algumas constelações que irão enfrentar separadamente os heróis.
No segundo número a falha de energia provocada pelo ser que enfrentou Flash espalha-se pelos EUA e em Gotham City, Canário Negro tem que enfrentar Solomon Grundy no Museu. Há muita ação, mas na sequência final Canário é derrotada permitindo o roubo da Coroa de Kheops.
Como alguns leitores mais antigos lembram-se que Savage já foi Kheops – após a morte do verdadeiro faráo o vilão imortal teria assumido seu lugar – fica fácil descobrir quem é o vilão, até então em sombras.
Ao mesmo tempo Savage invoca um novo ser de luz que irá enfrentar o Lanterna Verde (Allan Scott) no terceiro número, primeiro com a forma de um archeiro, depois de uma águia. No final da edição, Lanterna e Canário são levados ao observatório onde está o vilão.
A quarta edição mostra Gavião Negro enfrentando mais um ser de energia na forma de Andromeda – e depois Pégasus – numa escavação arqueológica numa área de testes de bombas atômicas. Gavião também é derrotado mas ao final da edição se alia ao Flash e no quinto capítulo enfrentam seus monstros juntos. Ao vê-los derrotarem seus seres de energia Vandal Savage entra em campo e os ataca, nocauteando-os.
Na sexta edição é a vez de Lanterna Verde e Canário Negro unirem-se para enfrentar a criatura alada e ao final se encontrar com os amigos no Novo México.
A sétima edição é dividida entre um enfrentamento dos quatro membros da SJA contra Solomon Grundy, a fuga de Vandal levando o bastão cósmico com defeito e o entregando a um recuperado Ted Knight (ele superou a depressão, mas não revela ao vilão) e a Vandal utilizando as energias da eletricidade, ondas de televisão e energia atômica para energizar peças que utilizou na época em que foi Kheops para dominar o mundo.
Na conclusão, a união de equipe consegue fazer frentes aos planos de Vandal Savage e ao final é arremessado ao espaço com Solomon.
A série termina com a equipe prometendo se unir novamente e um anúncio de TV mostrando a ascensão de McCarthy (veja aqui a relação com a SJA).
Bastante movimentada e divertida, o maior defeito da série é a mudança constante de desenhistas, algo que o roteiro ajuda a superar.
Para piorar o capista é o artista Tom Lyle – Robin, Starman (de Roger Stern) e Detective Comics, bastante irregular.
Certamente o traço cartoon de Parobeck poderia produzir capas mais belas.
É uma típica história de heróis de dura um dia e uma noite e se passa em vários locais ao mesmo tempo, mostrando a habilidade dos membros. Comparando com o que se sabe hoje, a figura de Gavião Negro – sempre considerado um líder natural e um pouco centralizador – está bem apagada, mas o restante dos membros estão próximos daquilo que sabe-se deles depois de anos acompanhando as séries JSA e Justice Society of America volume 3.
Excelente diversão, sem complicações cronológicas, sem necessidade de notas de rodapé e sem grande investimento.