100 balas vol 8: Samurai

Fruto de um atraso de distribuição da Panini com os encadernados Vertigo, em especial 100 balas, Y O último homem e Fábulas, chegou a cerca de 60-90 dias em minha cidade o volume 8 da coleção 100 Balas. Sim eu sei que a série já terminou por aqui, mas resolvi continuar com minhas impressões sem me importar.

Não sou fã de primeira hora da série e devo confessar que tenho paciência com ela é mais pela arte de Eduardo Risso que acredito ser excelente do que pela rocambolesca trama de traição em vários níveis. Também tenho em vista que originalmente a série não foi planejada para cem edições e apenas para explorar o marketing do feito e sua relação com o título, é que recebeu uma extensão para ter uma centena de edições. Isso não é ruim nem é bom, apenas mostra que a série não foi concebida para ter este tamanho e que Brian Azzarello introduziu elementos adicionais para retardar a conclusão, da mesmíssima maneira que os escritores e produtores da TV Globo fazem com novelas com bons índices de audiência.

Isto afeta essencialmente este volume. Os dois arcos existentes aqui Esfriando no forno e Jaula fedida são provas que o Agente Graves está armando algo grande e que às vezes foge do escopo da série. O leitor padrão fica perdido, mas enfeitiçado pelas imagens e pela descrição acurada do submundo, das prisões. O traço de Risso é elegante, faz um excepcional jogo de luz e sombra e consegue retratar belas mulheres e perigosos homens sem parecer forçado. Num determinado momento, procurando satirizar a indústria de heróis o desenhista exagera na musculatura de um personagem e só um leitor atencioso percebe.

No primeiro arco um negro prisioneiro chamado “pequeno” Hughes se envolve em uma vingança ao mesmo tempo em que Lono, um ex Minutemen, chega à prisão. Disposto a sobreviver à revanche de um contrafeito que enviou à enfermaria Hughes, vai ao extremo e acaba submisso a uma relação estreita com Lono na solitária. Sobreviverá?

Ao mesmo tempo fica evidente que Graves tem interesses em Hughes e que Lono sabe e tenta atrapalhar a jogada. Eu chamaria isto de retardamento de trama.

O segundo arco traz novamente um show na arte, mas parte do princípio de posicionar um personagem, seu fascínio por drogas e animais perigosos e sua visão distinta de valores, o quê pode torná-lo um agente descontrolado. Azzarello introduz um personagem que Graves não terá controle real e cuja agenda ninguém tem conhecimento de fato.

Texto de Brian Azzarello, arte de Eduardo Risso, reune as edições 43-49 da série 100 Bullets. 172 páginas, R$ 20,90, lançamento em 2012.

Volume
Nome
Edições
01 Atire primeiro, pergunte depois

02 Segundas chances

03 Laços de sangue

04 Inevitável amanhã

05 Contrabandolero!

06 O detetive enquadrado

07 A sete palmos

08 Samurai #43-49
09



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