A Panini Comics
reuniu dois arcos distintos nesta edição nacional: O ano do
bastardo e A nova escória.
Ambos dão voz aos
delírios de Spider Jerusalém, e certamente de Warren
Ellis, sobre o quê se pensar dos políticos e do processo de
eleições nos EUA. O primeiro arco é centrado nas primárias
internas que definem o Senador Callahan como o adversário
contra a reeleição da Besta, o atual presidente. O segundo
arco não trata da campanha em si, mas de retratar as características
de nova sociedade que compõem esta ficção, mas cobre o período da
campanha e a apuração do resultado.
Estranhamente atual,
especialmente quando temos aqui mesmo no Brasil governantes que
manipulam dados e estão a todo o momento se preparando para a
próxima eleição, mesmo com catorze meses de antecedência,
Transmetropolitan volume 3: O ano do bastardo (ISBN
978-85-6548-421-3, reunindo as edições originais
Transmetropolitan #13-24 e Vertigo: Winter's Edge – e
3) não deixa de ter um certo cansaço na narrativa, quando
percebemos que Jerusalém é tão hipócrita quanto os que ele
critica, e isto nem Warren Ellis (autor da série) esconde, ao
retratá-lo como um egocêntrico e viciado.
Com arte de Darick
Robertson, o volume marca as primeiras histórias inéditas do
personagem no Brasil, que já havia sido publicado por duas outras
editoras há alguns anos e agora alcança o estágio de 2/5 da série
traduzida para o Brasil. Teoricamente a série renderia dez
encadernados, agora reduzidos a nove pois este é duplo. O
encadernado é do fim de 2.012 e até agora – maio de 2.013 –
ainda não foi anunciado um novo volume.
(Notem na capa, com
arte de Dave Gibbons, o smile
no computador de Spider. Nada demais, afinal é um símbolo de
transgenia da série e a capa é uma sátira à Estátua da
Liberdade. Ok! Mas observem abaixo e à esquerda no
notebook
uma gota em formato semelhante à gota do smile
de Watchmen.)