
A edição #87
trouxe mais um exemplo na confusa trama “Batman-- King of the
world”, uma trama especialmente bizarra. Dividida em duas
partes a trama peca por atirar em várias direções e não se
preocupar em contar uma história com início, meio e fim. Na
primeira parte Batman & Gavião Negro são
dominados mentalmente por robôs gigantescos e alienígenas no Peru.
Era mês de visita de Zatanna (com cartola e meia arrastão) e
os heróis enfrentam os robôs, que enlouqueceram o homem-morcego que
por sua vez exige a morte dos colegas.

Acreditando que a outra
equipe é responsável pelos robôs há uma batalha, mas o fato de
que Zatanna se preocupa com Blue Jay, ferido, faz com que os Heróis
de Angor e a Liga encerrem a questão. Por Mike Friedrich,
Dick Dillin & Joe Giella.
A edição #88
(março) trouxe “The Last Survivors of Earth!” onde uma
nave vinda de Mu cria ameaças ligadas ao clima. A Liga falha
em impedir estas ameaças, mas seres humanos comuns obtêm sucesso,
mostrando que todos são especiais. Se a história em si não é
muito significativa, Friedrich põe um ponto final do romance de
Canário Negro & Batman, fazendo a moça dizer que o vê
como um irmão e quem a atraia realmente era o Arqueiro Verde.

“Plague of the pale
people” (#90, junho) mostra uma revolta das “pale
people” no reino submarino de Aquaman. O príncipe Nebeur
usa um gás criado pelos homens da superfície para fazer frente à
Aquaman e seus amigos, mas a história ruma novamente para o conflito
entre homem e a poluição e sobre a importância das pessoas comuns.
Nesta altura eu já sinto falta dos conflitos maniqueístas padrão
da indústria.

Produzido pela equipe
padrão da série, vale como curiosidade o fato que Kal-El e
Kal-L eram retratados com a mesma fisionomia, sem nenhuma
grande diferença. Outro fator interessante é que o Robin da
Terra-1 (a “nossa” Terra) ganhou um novo uniforme, mas os meses
fizeram que esta variação se tornasse o terceiro uniforme do seu
equivalente na Terra-2.
A edição #93
(out-nov/1971) é um Giant Size que traz o reprint de
Riddle of the Robot Justice League (#13, ago/1962) e
Journey in the micro world (#18, mar/1963), ambas por
Gardner Fox, Mike Sekowski e Bernard Sachs.

O ano termina (#95,
dez) com outra história de conteúdo social quando um soldado negro
retorna da guerra e não encontra uma sociedade que o recebe de
portas abertas. Mutante (olha aí, um mutante na DC) desenvolve o
poder de controle de massas pela voz, torna-se um cantor típico da
geração paz & amor, mas erros de avaliação o fazem enviar
pessoas comuns contra os heróis. Percebendo seu erro, ordena que a
turba dirija o ódio a ele e ferido, perde seu poder. Nesta época
Friedrich já usava a última página para evidenciar a trama do
número seguinte, algo que fez diversas vezes durante o ano. Arte de
Dillin e Giella.
De um modo geral o melhor
do ano seria a criação dos Heróis de Angor, que só teriam
realmente importância para as tramas da Liga dezesseis anos depois
na série Justice League de Keith Giffen, JM
DeMatteis e Kevin Maguire e o tie-in com as tramas
de Detective Comics/Batman e Brave and the Bold (a
edição #94). De resto muitas tramas de apelo social dispostas a
evidenciar as injustiças, a falta de preocupação dos empresários
com a poluição e que, apesar de seu caráter dúbio, o ser humano
comum é capaz de escolher o bem da maioria.
Sinceramente Friedrich
não explorava o potencial do grupo como força de combate à grandes
ameaças, como Os Vingadores da Marvel, que também tinham tramas de
caráter humanista, mas rendiam-se facilmente à ação no padrão
Marvel.
The Satellite Years
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Ano
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Edições
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1970
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1971
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#87-95
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