Graduado em ciência
política e administração estratégica pela Universidade da
Pensilvânia (EUA) e é mestre em economia internacional e
desenvolvimento econômico pela Universidade Yale (EUA), o economista
analisa as escolas a partir de índices e demonstra com uma
transparência perturbadora por que somos uma massa de semi-letrados
(ou semi-analfabetos, se preferir) e que não nos importamos com
isso, pelo contrário: estamos mistificados com o discurso dos
sindicatos de baixos salários, salas cheias, baixo índice de
investimento e falta de tecnologia – os três primeiros são
mentiras escabrosas e o último não faz diferença para o
aprendizado, como não fez para nós com mais de 30, para nossos
pais, nossos avós, etecetera.
Talvez o maior erro de
nossa geração seja acreditar que a escola está melhor que antes
baseado unicamente em índices de matrícula e aprovação. Quando
fiz a 1ª série no ensino público em 1.982 eu terminei o ano
sabendo ler e escrever. Em matemática a divisão era simples soma e
subtração no primeiro ano, multiplicação e divisão no segundo e
problemas a partir do terceiro. Como posso avaliar uma escola que
deixa para a sexta série a exigência de saber ler, como melhor que
a escola que frequentei?
O livro é uma
coletânea de seus artigos na revista, alguns com versão mais
extensa, e também uma análise da realidade educacional do Brasil,
além de um extenso artigo da realidade em Xangai, China, que
enfrentou com sucesso problemas semelhantes ao Brasil. Muitas das
soluções para nós estão na China, basta saber olhar.
Faça um favor para o
Brasil: dê o livro de presente para seu coordenador, seu professor,
o diretor da escola em que seus filhos estudam, sua família. Ajude a
mudar a realidade do Brasil.
O que o Brasil quer
ser quando crescer?, Gustavo Ioschpe, ISBN
978-85-65530-18-7, São Paulo: Paralela, 2012.
Termino com uma
citação: “Não
se produz um vale do sicílio [em um país] com [72% de]
analfabetos funcionais”, Gustavo Ioschpe.