A história é contada sob a
ótica de três personagens. Turner é um mercenário
responsável por "resgatar" um cientista de uma empresa e o
entregar para outra, mostrando que neste futuro as relações
trabalhistas são sempiternas. Marly Krushkhova é uma agente
de arte com um passado sujo que é contratada por um zilionário para
encontrar um objeto misterioso, quase místico, e Bobby Newmark
– o Count Zero do título – é um cowboy inexperiente que
teve uma experiência de quase morte quando entrou na matrix.
Colando toda esta trama há a aparição de pedaços do código da
matrix que assumem o comportamento de deuses vodu.
Por trás disso tudo: uma
novíssima tecnologia de biochip que interessa às duas corporações
rivais que permeiam a trilogia.
Apesar de toda a trama fazer
sentido ao final, durante a jornada as partes são por demais
desconexas e bastante cinematográficas, como o resgate do cientista
e a viagem para a Sprawl, uma decisão do mercenário que só ganha
sentido quando sabemos tudo que está acontecendo. Toda a trama da
agente de arte também tem um quê de efêmero, deslocado, quase
infantil, afinal uma trama de um zilionário que consede crédito
ilimitado para que se consiga uma "caixa" tem algo que
remete ao desejo infantil de sucesso e de estar com as pessoas
certas.