Então a edição de As
Crônicas de Nárnia: Volume único que comprei em 2.009 continua
no fundo da estante aguardando a fila dos livros técnicos,
históricos ou de ficção científica diminuir. E devo confessar que
nunca diminui. Quando terminei a leitura da obra de Tolkien,
exaurido nem me aproximei d'O Silmarilion e busquei o conforto
daquilo que conhecia e era menos rebuscado.
Domingo último, quinze
de janeiro, vi a reprise do primeiro filme d'As Crônicas de
Nárnia na TV e decidi que era hora de encarar o tijolo que é
dividido em sete livros distintos, publicados na década de 1950 por
CS Lewis e agora organizados de acordo com o seu desejo.
A história não começa
pelo conto que originou o filme As Crônicas de Nárnia: O leão,
a feiticeira e o guarda-roupas e sim com o conto O sobrinho do
mago, sexto na ordem de publicação e o primeiro na ordem cronológica.
Nesta história o
garoto Digory e sua amiga Polly são enviados à
contragosto pelo tio do menino, chamado André a uma região
que é uma encruzilhada de mundos (daí se descobre que o conceito
que houve em O incrível Hulk no arco Encruzilhada, porém com
lagos em vez de portais e um bosque em vez do conceito de
encruzilhada em um vazio entre dimensões, não era novidade).
A dupla chega a Charn,
um mundo destruído, e Digory inadvertidamente liberta Jadis,
uma feiticeira maligna que retorna com eles, primeiro para Londres
e depois para um mundo novo cuja criação é narrada aqui.
Criado pelo leão Aslam
Nárnia é uma terra de belezas e possibilidades, mas o mal,
na forma de Jadis está lá agora por culpa dos filhos de Adão.
Difere do livro de
Tolkien, contemporâneo e amigo de Lewis, O sobrinho do mago é
realmente uma história para crianças e transmite uma lição de
moral, além de conceitos cristãos sem se preocupar muito em
ocultá-los. Também surge aqui os elementos que serão visto em O
leão, a feiticeira e o guarda-roupas como Aslam, Jadis e a origem da
madeira do guarda-roupas.
Simplório,
dificilmente será adaptado para cinema, mas numa estrutura de séries
de TV poderia ocupar uma meia temporada ou um piloto estendido. Vale
a pena ler e ver que Lewis consegue escrever para crianças e ser
inteligente, diferente de muitos livros atuais feitos para o público
de 12 a 15 anos.
É uma história livre
e divertida, de leitura rápida e fluída, indicada especialmente
para crianças e os tais pré-adolescentes, mas pode ser bem
apreciada por adultos especialmente a linda passagem de criação de
um mundo, digna de ser inspiração para gravuras, pinturas, cancões
e outras obras.
Continuaremos em breve.