O quinto – e penúltimo – capítulo da primeira temporada da série de TV The Walking Dead que adapta a revista em quadrinhos homônima da Image Comics, criada e escrita por Robert Kirkman começa com o sentimento de perda provocado pelo ataque dos errantes ao final do episódio anterior.
A tensão está à flor da pele.
Apesar de ser uma série de horror psicológico – alguns diriam gore, até – é tocante o cuidado de Andrea com sua irmã Amy. Ela cuida do cadáver, tentando reaver as boas lembranças e se preparando para o processo de transformação que já viu acontecer com várias pessoas. Ela sabe que terá que fazer o trabalho sujo, assim como a esposa de Ed e se afasta da personagem fútil e cresce um pouco aos olhos do público. Assim como os quadrinhos ele se aproxima de um personagem em específico.
De resto o episódio parece ser a briga pelo poder e pelo comando. Rick, devido ao contato com Morgan no primeiro episódio, acredita que o Centro de Controle de Doenças – CCD – pode ter uma solução. Isto significa uma viagem atravessando a cidade que está infestada para chegar à uma base ou uma viagem de 160 quilômetros para ir à outra base. O temor de adentrar uma cidade tomada por errantes é grande.
Shane não concorda e culpa o colega por ter levado homens para o resgate do episódio anterior. A argumentação de Rick parece justa: ele trouxe armas e balas para o acampamento. Mesmo com mais homens e menos armas eles não teriam sobrevivido.
Tencionando ganhar novamente a confiança de Lori, Shane declara apoio à Rick e a caravana segue para o CDC com Jim infectado e deixando uma família para trás. Num dos momentos de lucidez entre as febres Jim pede para ser deixado para trás. Com grande resistência os sobreviventes concordam.
Surge então na série da figura do “Wildfire” - algo como centro de informações, talvez resquícios do governo, dos militares, do CCD (a placa ajuda a identificar e nota-se que fica em uma base militar nos arredores de Atlanta) – que grava uma mensagem informando que a infestação começou a 194 dias e a 63 tornou-se uma epidemia global. Isto significa que Rick passou pouco mais de seis meses em coma. Segundo a mensagem o “Wildfire” fica no subterrâneo, mas o cientista vê quando o comboio se aproxima e ao cair da noite começa a ser cercado por alguns errantes – há centenas de carcaças, talvez nem todas realmente eliminadas.
Na série em quadrinhos não há “Wildfire”, gravações, mensagens, dicas, pistas, cartas ou qualquer informação que aponte que há algum governo ou alguma esperança. Também não há uma maneira oficial de contagem de tempo, ainda que isto não impeça que algum fã mais radical a faça. Apenas até o momento não está claro a quanto tempo existe a praga.
Mas não pense que os autores traíram a obra de Kirkman. Dentro do CCD/Wildfire há apenas um cientista que recebe os comboio de sobreviventes... não antes deles trocarem farpas sobre o risco da missão. Novamente a questão de quem é o macho alfa.
Ou seja um episódio bem os estilo dos quadrinhos: pouca ação, muita tensão e desenvolvimento dos personagens.
Excelente. Pena que agora só resta um episódio.
The Walking Dead a série de TV é exibida nos EUA pelo canal AMC e sua primeira temporada termina no domingo cinco de dezembro de 2.010. No Brasil a série é exibida apenas dois dias depois (!) pelo canal FOX – terça-feira às 22:00 hs, dublado ou com som original e legendas.
The Walking Dead a série de quadrinhos é publicada nos EUA pela Image Comics e em outubro de 2.010 lançou o número 78 (data de capa). Há vários opções de encadernados para compra. No Brasil a série é traduzida pela HqManiacs Editora que lançou até o momento quatro encadernados que cobrem os dois primeiros anos da série mensal.
Devido à campanha publicitária de lançamento da série, a editora-tradutora nacional chegou a prometer mais encadernados e re-editar as histórias já publicadas em fascículos, algo que até o momento não aconteceu. Sem uma estrutura tão grande quando a Panini Comics (uma multinacional, com sede na Itália, famosa por ter o contrato de licenciamento mundial dos títulos da Marvel Comics) a HqManiacs não pode arriscar um pulo maior que a perna, sob risco de prejuízo. No entanto, a diferença de mais de cinqüenta meses entre o material nacional e o original dá espaço para a evolução dos scans.