A Marvel Comics foi fundada nos anos 1.930 com o nome Timely. Neste período seus principais heróis foram Tocha Humana, Namor e Capitão América.
A partir do surgimento de Robin na DC Comics – 1.940 – todo os heróis ganharam o “parceiro mirim”, uma criança que o seguia em suas aventuras, uma estratégia pensada para que os leitores infantes tivessem com quem identificar-se.
Se Batman tinha Robin, Tocha Humana tinha Centelha (ou Toro), Namor tinha Namorita e Capitão América tinha Bucky – que surgiu junto com o Capitão em 1.941.
Tocha Humana original (“original” por que em 1.961 Stan Lee reutilizou o conceito e nome num personagem da equipe de heróis Quarteto Fantástico) era um andróide construído com uma super-tecnologia ainda não muito bem explicada.
Quando a Marvel – agora chamada Atlas – trocou as aventuras de heróis por monstros, romances, western e sci-fi nos anos 1.950, o Tocha foi esquecido, até retornar nos anos 1.960. Roy Thomas criou o Visão e Steve Englehart, anos depois, disse que disse que o novo andróide era construído com peças do projeto do Professor Horton e foi modificado pelo vilão Ultron, tornando o membro dos Vingadores. Visão aproveitava o design e conceito geral de outro personagem homônimo dos anos 1.930.
No início dos anos 1.990, descobriu-se que a história era bem mais complicada é que Visão não era o Tocha. Assim o andróide original retornou e viveu aventuras com os Vingadores da Costa Oeste, ganhando inclusive uma série que recontava sua origem por Roy Thomas, também em função da exposição provocada pela série Marvels de Kurt Busiek e Alex Ross.
Em Vingadores Eternamente (1.998/99) Busiek corrige as discrepâncias da histórias de Tocha e Visão e em Vingadores/Invasores (2.007/08), Ross reintroduz Centelha – dado como morto desde uma aventura trinta anos atrás.
Ross tinha planos específicos como Tocha Humana e Centelha, que continuam na série em oito partes “The Torch” (aqui Tocha Humana, Panini Comics, 2 edições bimestrais), onde Centelha tenta vingar-se do Pensador Louco – responsável por sua morte – e acaba aprisionado e servindo de cobaia para um experimento que utiliza as células Horton. De bandeja recria-se o Tocha, há um confronto com Namor – algo clássico, constantemente recriado – e se pavimenta o caminho para uma terceira série utilizando os conceitos que Ross trabalhou em Vingadores/Invasores e Tocha Humana.
Com história de Alex Ross & Mike Carey, roteiro de Mike Carey – conhecido autor inglês, responsável por várias séries da Vertigo, em especial Hellblazer e Lucipher – e arte de Patrick Berkenkotter – devidamente orientada por Ross – a série é acima da média e funciona muito bem sozinha ou acompanhada com Vingadores/Invasores já que não é uma continuação e não necessita da leitura de uma para entender a outra.
Boa oportunidade para conhecer um dos personagens mais antigos dos quadrinhos.