Dan Abnett & Andy Lanning (roteiristas) continuam sua missão com a Legião, assumida na fase final das séries Legion of Super-Heroes volume 4 e Legionnaries. Quando parte da equipe desapareceu e as séries foram canceladas as aventuras passaram para as minisséries Legion Lost e Legion Worlds, até chegar em The Legion, uma série que durou 38 números (dez/2001 a outubro/2004), com direito a uma edição The Legion Secret Files 3003 e um cross-over com a série Teen Titans de Geoff Johns que encerrou este ciclo.
O primeiro arco cobre as edições #01 a #08 (dez/2001 a julho/2002) e tem a arte competente de Olivier Coipel, exceto na edição #05, um interlúdio que tem arte de Peter Snejbjerbg. Os sobreviventes da Legião chegam à Terra e tem os destroços de sua nave salvos por M'Onel. São eles Shikari, Wildfire, Kid Quantum, Umbra, Brainiac 5, Chameleon, Ultraboy e Saturn Girl.
Novamente a equipe cai nas graças do público para desgosto do presidente McCauley Leland que já tinha uma equipe própria para cuidar de ameaças especiais, chamada de Oversight Watch, composta de M'Onel, Abyss, Twine, Brainstorm e Repulsive. Surge, junto com McCauley a misteriosa figura de um de seus agentes o sr. Venge.
De modo a impedir que a equipe de heróis adolescentes atrapalhe sua agenda, McCauley e Venge destroem o transporte da Legião e mantém M'Onel afastado, cuidando de uma emergência após a outra. Os heróis sobrevivem e são resgatados – após um confronto com o Oversight sem M'Onel – por Triad, Cosmic Boy, Invisible Kid, Leviathan e Chuck Taine, encontrando no espaço Gear, Sensor e o próprio R.J. Brande – financiador da equipe - que criou um mundo para servir de sede para a equipe adolescente.
Saturn Girl trata de avisar à Ayla Ranzz sobre o destino de seu irmão, enquanto Brainiac desenvolve a tecnologia de um transporte intergaláctico, que atualmente necessita de um rastreador para facilitar os cálculos. Este rastreador é Shikari e alguns membros vão à tribo da moça para conseguir a aprovação e no interlúdio encontram uma organização chamada “Credo”, que deseja vingança contra a “progeny”. A Legião termina a aventura sem saber que o “Credo” é uma organização gigantesca, maior do que imagina.
Gates, que esteve aprisionado durante o ano em que a equipe esteve desaparecida, é resgatado e se descobre que Leland estava explorando sua capacidade de transporte para as naves e tecnologia que havia inventado. Depois de clonar o legionário, Leland pretendia matá-lo. Note um importante sub-texto de escravidão aqui. Leland criou seres com o mesmo código genético de Gates apenas para servirem como escravos nas naves e na edição #09 será possível ver em que condições sub-humanas eles os mantinham.
Um interlúdio mostra os legionários Xs e Starboy enfrentando uma raça de seres máquinas em Xanthu, um mundo agora devastado. Ao longo dos interlúdios a raça-máquina abandona Xanthu e ruma para a Terra, encontrando-se, no caminho, com uma frota khúndia e a Sonhadora.
Ao ser questionado sobre o motivo que se encontra afastado de contato com a equipe original, M'Onel é atacado, derrotado e apreendido sob sol vermelho por Leland, na verdade, o imortal eco-terrorista Ra's Al Ghul, que pretende ao tirar a lua de órbita, criar uma condição específica que ative um gene evolucionário e assim provocar a evolução humana.
O ápice da trama acontece no arco Terror Incognita (edições #6-8), onde a Legião resgata M'Onel, enfrenta Ra's e a terraformação. Em vários momentos os “evoluídos” geneticamente lembram o conceito do Projeto Omac, inclusive visualmente. Este arco é de 2.002 e o Projeto Omac de Crise Infinita de 2.005/06. Eles saem destruindo pessoas e cidades – a sobrevivência do mais apto geneticamente – até que uma ex-legionária – Kinetix – também com este gene ativo – consegue assumir uma posição de controle sobre os evoluídos e organiza-os para deter e corrigir a órbita da Lua.
A partir daí os Legionários enfrentam Ra's e são derrotados, mas o vilão imortal tem que digladiar com M'Onel recuperado graças à intervenção de Kinetix.
Apesar das várias tramas (a chegada, o resgate, a descoberta das tecnologias, a agenda dos vilões) e dos interlúdios o arco funciona muito bem e é agradável, especialmente vendo Ra's Al Ghul um vilão clássico do Batman em outro contexto. Ghul, aqui, leva o eco-terrorismo que só engatinhava nas séries do presente, à novo nível!
A arte de Coipel – com finais de Lanning – também facilita bastante as coisas, pois torna crível a xenobiologia e a tecnologia futura.
Inédito no Brasil.