Neonomicon é a primeira série de
Alan Moore pela
Avatar.
Assassinatos copiando referências literárias aos textos de
HP Lovecraft – famoso escritor gótico – e com um artista que lembra demais
Steve Dillon, faz com que o texto de Moore lembre
Garth Ennis, autor que com Dillon criou a série Preacher. Ennis é nojento. Moore, aqui, fica nojento e meio.
Alan Moore é um artista polêmico.
Revelou, inclusive que escreveu a história só para pagar uma dívida com o Imposto de Renda. Ótimo, por que não há nada de inovador na série e lembra apenas uma sequência de bestialidades, satanismos e sodomias. Realmente a cena de um estrupo em uma orgia é inovadora por não mostrar, mas tem um efeito de criar uma repugnância terrível no leitor. Claro que o sujeito que acha Druuna uma obra de arte e filmes pornôs do gênero “gang-bang” pode ver algo que não vi.
Com narrativa lenta e arrastada a série mostra que até os maiores escritores produzem material menor para satisfazer
$ua$ nece$$idade$ mundana$. O problema é que as verdadeiras obras primas que Moore criou como
Miracleman,
V de Vingança,
Monstro do Pântano e
Watchmen podem ficar contaminadas. Moore é um “mago” - entenda-se o quê quiser, mas certamente um satanista – e seu texto mais recente reflete isto. Para alguma entidade começar a procurar referências ao ocultismo em suas outras obras – sem contar aquelas que realmente as têm como Monstro do Pântano e
Promethea – e assim iniciar uma campanha fundamentalista contra ele, é daqui pr'ali.
Moore, um escritor há muitos anos luz de quase todos no atual mercado, só perde com isto. Que diferença tem em se vender para a Avatar ou para as majors do mercado norte-americano? Será que o orgulho de produzir algo para a Marvel ou a DC é maior do quê a sensação de pesar ao perceber que se tornou uma paródia de si mesmo, apenas um “escritorzinho” para uma série pornô-gótica-satanista disfarçada de trama policial?