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Ao contrário do que se pode imaginar não são todos os títulos do mercado que imitam a temática, mas apenas alguns. Aquilo que funciona é copiado à exaustão. Aquilo que não, torna-se moda passageira.
A temática do momento são os mortos vivos, os desmortos, os zumbis.
Robert Kirkman, autor de The Walking Dead, não reinventou a roda. Apenas pegou um tema (os zumbis) e adicionou o drama dos sobreviventes deste holocausto. Mudou um pouco o cenário. Em vez de narrar uma história dos primeiros momentos, como nos filmes de George Romero, passou a narrar a história depois que a poeira baixou.
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Dizer que A noite mais densa é uma extensão de The Walking Dead uma simplificação. Em A noite mais densa alguns personagens voltam a vida num estado maligno como Lanternas Verdes graças a um anel negro.
Mas nota-se claramente a disputa entre a história que Geoff Johns queria contar e a história contada.
A história que Johns queria contar é um desdobramento da saga dos Lanternas Verdes. Depois de reerguer a Tropa e enfrentar a Guerra dos Anéis (ou, mais corretamente, A guerra da Tropa Sinestro) as Tropas Verde e Sinestro descobrem que existem outras tropas e todas são atacadas pela Tropa dos Lanternas Negros. Na Terra, a bateria negra ressuscita alguns heróis e vilões como Lanternas Negros para enfrentar os personagens da editora.
A história entendida é bem mais simples. São heróis contra lanternas zumbis e toma-lhe páginas de ação e muitos anéis, de muitas cores e muitos coadjuvantes.
Se a DC abraçou discretamente e a seu modo a existência de zumbis, a Marvel foi bem mais direta. Fez um universo alternativo totalmente zumbificado e várias minisséries explorando isto até a última gota de originalidade.
O próximo mito certamente é o dos vampiros. Sucesso no cinema (Crepúsculo) e na TV (True Blood e Vampires Diaries), a saga dos vampiros está tomando outras mídias e até o momento não chegou novamente aos quadrinhos.
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Mas, com o menor deslize uma história que poderia render algo interessante, transforma-se numa resma de quadrinhos coloridos que iremos facilmente esquecer e dentro de alguns anos enterrar em um caixão... de madeira.