Milênio (1988) escrita por Steve Englehart, desenhada por Joe Staton e com nanquim de Ian Gibson foi a mega-saga da DC Comics para fins de 1.987, início de 1.988.
Nela os Guardiões do Universo acreditam ser interessante que a humanidade tenha uma evolução forçada e escolhem alguns membros para tanto. Os Caçadores Cósmicos, a primeira tropa criada pelos Guardiões, no entanto, acreditam que a evolução deve ser espontânea e tentam atrapalhar os planos dos Guardiões.
Enquanto as oito edições da série semanal se concentram no treinamento dos escolhidos, a morte e recusa de uns e finalmente a ascensão de outros, as séries mensais da DC Comics apresentam a figura do caçador infiltrado, onde todo herói teria um. Veja post em separado com a narrativa de cada edição.
É estranho comentar a série quase 12 anos depois de publicada e ver que não se aproveitou nada. Os Guardiões e a Tropa passaram por profundas mudanças e ninguém citou nominalmente os acontecimentos nas séries Green Lantern e Green Lantern Corps nos últimos quatro anos. Dado a tantas revisões cronologias seria não seria muito incorreto dizer que o evento foi anulado, mas isto não é oficial, apenas conjectura minha.
Florônico deixou a escala de vilão e uma história backup de Neil Gaiman para um anual do Monstro do Pântano (publicado em Monstro do Pântano – Irmãos, da Brainstore Editora) mostra que a série resultante do evento, The New Guardians, morreu breve – em Invasão! a saga seguinte já dava amostras do destino...
Tudo parece convergir que um diálogo mal escrito em Green Lantern # 200 foi o motivo da existência da série (no diálogo os Guardiões falavam de um evento importante em breve na Terra) e tudo não passou de um longo engano. Dos títulos resultantes do evento o melhor foi Caçador (Manhunter) com Mark Shaw, publicado por aqui em Os Novos Titãs. Um dos personagens principais do núcleo formado com o Esquadrão Suicida e Xeque-Mate, Shaw morreria num evento posterior e sua série foi cancelada sem maiores explicações para os leitores nacionais.
Qual o motivo de Milênio ser tão ruim?
O traço estilizado de Staton & Gibson beirando a caricatura é o motivo mais forte.
A série tem pouca ação e muitos diálogos com tons transcendentais sobre evolução e a natureza das coisas, afastando o leitor comum de heróis, ainda que nas séries mensais e nos confrontos aja sim, bastante ação. A desimportância do evento no macro-cosmo da DC Comics é a segunda causa.
Diferente de Crise nas Infinitas Terras (1985/86), Lendas (1987) e Invasão! (1.989), que até hoje são referências de boas histórias com os personagens da editora, Milênio normalmente é saltado quando foi se ler histórias do baú. O estilo de Englehart talvez estivesse ultrapassado. Na década seguinte ele trabalhou no selo Ultraverse da Malibu Comics, sem brilho maior.
No final tudo se reduz a dois ou três quilos de papel que você tem vergonha de ter pago e se questiona se uma fogueira não seria o fim mais adequado.