Desde que descobri Doctor
Who, primeiro a série moderna, depois a série clássica, tenho
a felicidade de ver excelentes contos de fantasia e ficção
científica. Mas, como alguns expectadores sou fã do “meu”
Doutor, que foi o primeiro que assisti: David Tennant. Faço
um esforço extraordinário para gostar do Doutor seguinte, mas o
acho extremamento nonsense. Respeito Matt Smith e Steve
Moffatt (produtor da série e escritor da maioria dos episódios
do período), mas nem sempre fico convencido da qualidade do
episódio. Parece-me o início de The X Files Season 6:
imagens lindas e um vazio terrível, nunca chegando a lugar algum.
É assim com The Time
of the Doctor, episódio de Natal de 2013 escrito por Moffatt e
dirigido por Jamie Payne. O Doutor conversa rapidamente,
enfrenta inimigos notáveis, alguns em novas roupagens, mas vê-se
vencido pelo formato. Torna-se um programa para iniciados. É
impossível a total compreensão para neófitos e talvez a diversão
esteja reservada apenas para aqueles que resolvam buscar todas as
referências (tem uma referência a um episódio de trinta anos
atrás!), talvez assistir a todo o período de Matt Smith e descobrir
um personagem bom – ótimo, às vezes – mas interpretado com
certo exagero pelo ator, certamente obedecendo a instruções do
produtor.
O Natal se foi e temos um
novo Doutor e novas expectativas!
[A trama]
Chamado para a ceia de
Natal da família de Clara Oswald, sua atual companhia, o
Doutor está buscando a origem de uma mensagem, junto com raças que
fazem parte do casting da série como Daleks e
Cybermen. Mas o planeta está cercado por um escudo protetor.
Auxiliado por Tasha
Lam da Igreja do Mainframe, responsável pelo escudo, o
Doutor e Clara descobrem que o planeta que possui uma pequena vila
chamada Natal é Trenzalore e que a mensagem vem de
Gallifrey, através de uma ruptura na realidade. Evidentemente
para se importar com isso o expectador tem que conhecer Gallifrey e a
Guerra do Tempo.
Enganando Clara, o Doutor
protege Trenzalore/Natal por trezentos anos, após descobrir que a
mensagem codificado quer que o último senhor do tempo diga seu nome
– evidentemente não passa desapercebido que a Torre onde está a
ruptura impede que a pessoa minta e o Doutor diz seu nome: “Eu
sou o Doutor”.
Em estado de sítio
permanente e enfrentando daleks, cybermen (um de madeira!) e weeping
angels o Doutor envelhece até um momento em que morrerá por
velhice. Supostamente o senhor do tempo já teria tido todas as suas
regenerações e desta vez morreria permanentemente. Clara é chamada
para que ele não morra sozinho, mas a companheira interfere pedindo
auxílio à Gallifrey através da ruptura na parede.
O Doutor recebe uma carga
extra de energia e inicia-se a regeneração. Ele destrói a armada
Dalek, a ameaça mais proeminente e se regenerava para Peter
Capaldi.
E a aventura continua...