![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIg6ODyexmPgAc1TNs1bpGRZx5tJ9bSinaQkB8Kjf7l84KZkJTsAsyhd3YOrN0zxJQP5IBWtYVYzTQOoV7pX5AZtlXeBFJ7HFdeq89QI8K51rp9uMdron1qZZhw9DBH3TBgmmxtg6HuFEP/s320/Doctor+Who+%5B3x10%5D+Blink+(2007),+11.jpg)
Quando eu assisto aos
episódios de
Doctor Who, a cinquentenária série de ficção
científica inglesa, especialmente os mais recentes (2010-2013) vejo
com estranheza a adoção de muito da cultura norte-americana, ainda
que eu entenda que um viajante do tempo não deva ficar preso a uma
época e estilo (e tome-lhe a cabine telefônica azul!).
Episódios com
alienígenas no Oeste americano ou naves egípcias voando parecem se
aproximar de fórmulas cinematográficas adaptadas para a TV de baixo
orçamento – ironicamente uma característica do show – com o
objetivo de fazer um programa que tenha alcance a plateias que
consumam produtos da TV americana.
Blink, episódio
exibido em 9 de junho de 2007, escrito por
Steven Moffat e
dirigido por
Hettie MacDonald, consegue ser “inglês” e
inventivo ao se aproximar de uma narrativa bem
Twilight Zone.
Na trama o
Doutor e sua assistente de plantão estão presos
nos anos 1.960 e a
Tardis em 2.007, cercada por criaturas que
lembram anjos de pedra. Estas criaturas se movem quando as pessoas
não olham para elas, daí o título “piscar”, em uma tradução
livre. Eles capturam as pessoas e as jogam na corrente do tempo e
devem ter feito isto à dupla central antes do início do episódio.
O objetivo do Doutor é
convencer uma fotógrafa amadora a colaborar com ele a partir de
recados deixados embaixo de papéis de paredes e gravações em
alguns DVDs de filmes que a garota admira (como ele conhecia os
filmes que ela gostava?).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdy4ugsZubBZxVQdpvf7mWPHxSXkh9g5cNPaKhdDACvvlKZ4uWNa9-6t0_kSPCkiROypw_00nZWq057sevphE15sR9knNv1rp2jZ3PEX1TNLl9NZ1E2O2t-P-ooOLUNeQCUyVRMp29l9cn/s320/Doctor+Who+%5B3x10%5D+Blink+(2007),+12.jpg)
O tom do episódio, no
entanto, é diferente do padrão da série. O Doutor é um
coadjuvante que aparece pouco, enquanto o foco está na fotógrafa
que percebe as mensagens na parede, nos vídeos e no sumiço de
pessoas próximas (que são arremessadas no tempo e enviam mensagens
para ela, em um método semelhante à
De Volta para o Futuro
que tem uma sequência
copiada sem dó, mas com um item adicional que é a impossibilidade
do fato... até que ele ocorre).
Aos poucos, pela
aparência ameaçadora que as criaturas de pedra assumem o episódio
se transforma em uma história de terror, sem que haja um banho de
sangue ou mortes chocantes.
Um excelente episódio
capaz de apresentar muitos conceitos da série e introduz o Doutor a
quem não o conhece, assim como fazer os saudosistas salivarem de
saudades de Twilight Zone e Outer Limits.