A
antiga Terra-2 da DC Comics passou a existir a partir
da história “Flash de duas Terras” de The Flash #123 (setembro de 1961), quando esta dimensão
recebeu este nome. Claro devemos entender que é um golpe de
marketing dos editores, já que a Terra-2 foi a primeira a existir,
visto que as aventuras dos anos 1.930/1.940 acontecem lá. O nome vem
do fato de que o Flash (Barry Allen) acreditou que
vivia na Terra-1 e passou a chamar a Terra do Flash (Jay
Garrick), ao qual lia aventuras em quadrinhos desde a infância,
de Terra-2. No álbum Terra 2 Grant Morrison faz seu Lex
Luthor brincar da mesma maneira com este conceito de nomes.
É
por lembrar que os estudiosos de quadrinhos não tem uma fórmula
perfeita para estabelecer quando Superman, Batman e
Mulher Maravilha, personagens que não tiveram suas histórias
interrompidas quando as vendas de heróis caíram, deixaram de narrar
histórias da Terra-2 e passaram a narrar aventuras da Terra-1.
Nos
anos seguintes fez a longa tradição dos eventos de verão com os
encontros anuais de Liga da Justiça da América (Terra-1) e
Sociedade da Justiça da América (Terra-2). Sim a DC já
fazia eventos de verão naquela época, hoje algo tão comum na
indústria.
Nos
anos 1.970 os encontros passaram a ter três equipes (além das duas
equipes padrão tivemos a Legião dos Super-Heróis, os 7
Soldados da Vitória), variando com uma nova Terra (Terra-X,
Terra-Shazam) ou viagens no tempo, mas não havia novas
aventuras na Terra-2, exceção feita a pequenas e curtas aventuras
em séries de team-ups, já reunidas em dois encadernados nos
EUA.
Ao
final daquela década Paul Levitz decidiu resgatar a Sociedade
em All-Star Comics e depois em Adventure Comics. É
deste período a criação da Caçadora e da Poderosa.
Mas graças ao DC Implosion a série foi descontinuada, mesmo
tendo uma boa qualidade.
Então
Roy Thomas, prolífero escritor e editor, se afasta da Marvel
e vem para a DC Comics e recria a Terra-2. Veja bem ele não chega ao
ponto de Gerry Conway que tinha citado questões políticas em
Montreau ou na África do Sul, mas estende o universo
para além do núcleo da Sociedade da Justiça ou do Super-Squad.
É
de Thomas a criação do All-Star Squadron, uma equipe que
reunia os homens de mistério enfrentando agentes do Eixo nos EUA, e
o Infinity, Inc., traduzido por aqui como Corporação
Infinito. A série All-Star Squadron trouxe em suas páginas
histórias da equipe título, da Sociedade da Justiça e dos 7
Soldados da Vitória durante os anos de 1.941-42. Já Infinity Inc se
passava no presente.
A Corporação era um grupo formado por descendentes do All-Star Squadron e da Sociedade da Justiça. No Brasil teve alguns números publicados quando Todd McFarlane era o artista da série e quando a Editora Abril necessitava explicar aos leitores que havia dois e mais universos na DC Comics.
A
série foi encerrada há décadas e os membros da equipe continuam
por aí: Jade, Manto Negro, Esmaga-Átomo.
Houve
uma segunda equipe Corporação Infinita, construída por Lex
Luthor na maxi série 52, e uma terceira dirigida por Aço,
que não foi publicada no Brasil.
A
DC Comics está encadernando o longo arco Generations
(Infinity Inc, volume 1 #1-10) e disposta a fazer um bom
trabalho, encadernou antes o arco Infinity Syndrome da série
All-Star Squadron.
É
uma oportunidade única para ler o material de Roy Thomas com a arte
memorável de Jerry Ordway.
Recomendação
máxima!