Um
romance pulp tem como função básica entreter aos seus
leitores sem muitos devaneios filosóficos e ideias complexas. Aqui
em “Uma princesa de Marte” publicado originalmente em
1.915, John Carter “morre” em uma caverna no
Arizona e “renasce” em um Marte dividido em
tribos de marcianos distintas, uns próximos ao padrão terráqueo
(semelhante aos índios pele-vermelha norte-americanos) e outros
esverdeados e com um par adicional de braços que poderia funcionar
como pernas se desejar.
Assim
começa a série Barsoom (o nome local do planeta) de Edgar
Rice Burroughs (também autor de Tarzan) que nos apresenta
a um honrado militar que, transportado para um mundo diferente, onde
adquire “super-poderes” em função das distintas gravidades,
consegue respeito de tribos locais, inclusive incutindo o início dos
sentimentos de respeito, amor e amizade numa sociedade que não os
tem e se apaixona por Dejah Thoris – princesa da cidade de
Helium – que corresponde o
sentimento.
Tudo é
muito visual, rápido e resolvido. Não há tramas e mistérios que
tomem o tempo do leitor, mas sim a ideia que resta ao final da
leitura é de uma boa “sessão da tarde em família”, ainda que
um pouco violenta, ou violenta o suficiente para manter o leitor de
revistas pulps entretido.
Certamente
você ouvirá falar de John Carter em 2.012. A Disney investiu
$ 250 milhões num filme que narra a primeira aventura da série de
13 livros, ainda que use elementos deste volume e dos dois seguintes.
Infelizmente para tal façanha cinematográfica dar re$ultado e lucro
é necessário uma arrecadação de $ 750 milhões, o quê não é
impossível, mas para um filme que em estrutura narrativa lembra
demais “Avatar” de James Cameron (digamos que
Avatar é Pocahontas num contexto Uma princesa de Marte) é
difícil garantir o $uce$$o da empreitada. A ideia inicial é fazer
um filme 3D mais impactante que possa atrair em massa os
espectadores, mas os primeiros trailers lembram em muito o filme
“Príncipe da Pérsia”.
O
primeiro volume da série de livros recebeu uma nova tradução pela
Editora Aleph, responsável por vários lançamentos recentes
de ficção científica, entre eles Fundação e Duna.
Por sinal em comparação a este último, já que ambos se passam em
um mundo desértico, não espere sub-tramas sobre a vinda de um
messias ou tramas ecológicas, algo tão em voga hoje, com nossa nova
consciência global.
É um
livro rápido e fácil, indicado a fãs de sci-fi e aventura e a
violência sugerida ou narrada é completamente compatível com os
excessos atuais. Vale a pena acompanhar.
(As imagens que
compõem este post – exceção feita à capa do livro – foram
retiradas das séries “Warlords of Mars” e
“Warlords of Mars – Dejah Thoris”, ambas
recentemente publicadas pela editora Dynamite e inéditas no Brasil)