The Project Pegasus Saga

Títulos de encontros de personagens sempre estiveram entre meus favoritos. Ali a cronologia não era tão rígida e sempre havia a chance da série ceder espaço para um autor novato. A DC Comics teve The Brave and The Bold e DC Comics Presents que trazia Batman e Superman respectivamente com um convidado. A Marvel Comics por sua vez teve Marvel Team-Up e Marvel Two In One com o Aranha e o Coisa como astros fixos com direito a convidados.

Algumas das minhas melhores lembranças destas séries são de tramas em sequência, especialmente uma excelente fase de Marvel Team-Up por Chris Claremont & John Byrne. The Project Pegasus é uma destas tramas em sequência mas na série do Coisa, membro do Quarteto Fantástico.

[A história]
Publicada originalmente em Marvel Two In One #53 (jul/79) – 58 (dez/79) a trama tenta por um ponto final na história de Wundaar que já durava desde o início da série. Em síntese Wundaar era mais um versão da criança que escapa de um planeta em destruição e aqui, na Terra, torna-se protegido de Ben Grimm, o Coisa, com quem vive uma série de aventuras.

No transcorrer das aventuras Coisa permite que Wundaar – uma criança em corpo de adulto – interaja com o cubo cósmico, o que deixa o rapaz em coma.

A trama deste ciclo começa quando Grimm vai visitá-lo no Project Pegasus, uma empresa de pesquisa de soluções alternativas de energia. Lá encontra Quasar na chefia de segurança. Há um rápido enfrentamento porque o Coisa o confunde com um velho desafeto do Quarteto, o Marvel Boy. Em paralelo vemos que o Dr. Thomas Lightner tem contatos fora do projeto que estão tentando introduzir o Nth Projector. Para tanto, na edição seguinte enviam Deathlok.

Coisa e Quasar enfrentam Deathlok que não consegue armar o projetor. Em seguida Lightner liberta Nuklo (#55) que Grimm derrota com o auxílio do dr. William Barrett Foster (o Goliath, e a partir de agora Giant-Man), os conspiradores conseguem convencer Thundra (coadjuvante da série naquela época, uma mulher de um futuro alternativo onde as mulheres dominaram o mundo) e levar o restante do equipamento (#56).

A quinta edição (#57) também oferece um interlúdio típico da época. Enquanto Wundaar misteriosamente acorda e Lightner monta o Nth Projector para restaurar seus poderes de Blacksun, Coisa, Giant-Man e Quasar vão para o mano-a-mano contra Solarr e Klaw. Mas Lightner torna-se algo maior e passa a absorver a própria realidade!

Eis que surge Aquarian, uma nova persona de Wundaar algo que fundido com os ideais da Era de Aquário, agora com sua capacidade de racionício plena e irá auxiliar Coisa, Giant-Man, Quasar e Thundra contra o Nth Man.

No fim, descobrimos que Lightner tinha ligações com o Nth Command, uma organização que deseja para si todo a pesquisa de energias alternativas e que na última página se revela um empreendimento da Roxxon Corporation, velha conhecida dos leitores da Marvel do final dos anos 1.970.

[Críticas]
A equipe de criação Mark Gruenwald & Ralph Macchio (texto) e John Byrne & J. Sinnott (#53-55, arte) e George Pérez & Gene Day (#56-58, arte) consegue tirar água de pedra em função do formato da série e da metologia usada. Era uma história de infiltração em uma instalação de pesquisa em uma série de encontros de heróis, então cada número tinha que ter o encontro, uma batalha, um confronto entre bem e mal e além disso tinha que fornecer uma peça de uma trama maior.

Por escolha além da trama envolvendo o Nth Command que se estenderia posteriormente, a história tinha que por um ponto final na trama de Wundaar que começou na segunda edição e teve um ápice na edição #42.

Tendo isto em vista a história envelheceu bem, mas os olhos dos leitores dos anos 2.000 talvez não vejam bem o excesso de facilidade em invadir a estação, a facilidade de Lightner em ter acesso novamente à pesquisa científica (anteriormente ele havia tornado-se o Blacksun, mas alegou insanidade temporária) e o fato de que a trama fica em aberto. Não há um fim real. O Nth Command falhou nesta investida de destruir aquele centro de pesquisa, mas tem condições de fazer um novo confronto assim que lhe for interessante.

Mesmo assim, Gruenwald & Macchio resolvem bem as apresentações, nunca levando mais do que 2/3 de páginas seja no caso de Quasar, do Goliath, do Wundaar ou de algumas narrativas dos vilões. Conseguia usar a cronologia a seu favor, sem obrigar ao leitor ir em busca das edições.


My mind, my body, enven my garb had changed!
Ben - - I have become the living son of the cosmic cube. I have the power to better the world. Henceforth, I will call myself THE AQUARIAN, after the star-system of my NATIVE planet.
I will bring to the world the peace I have found.”, Aquarian in Marvel Two In One #58 (dez/1979).