Matar Norman Osborn... mentirinha!

Norman Osborn é um industrial existente no Universo Marvel. Com personalidade má, teve as faculdades mentais alteradas, beirando a demência, depois de exposto a um composto químico.

Inimigo clássico do Homem-Aranha, enquanto se definia quem seria o Duende Verde, Osborn mostrava simpatia por Peter Parker e preteria seu filho Harry, pouco afeito aos estudos.

Com a revelação de que era o Duende Verde, algo que a Marvel escondeu durante anos, Norman tinha conflitos constantes de personalidade. Numa das reviravoltas raptou a namorada de Peter, Gwen Stacy e a matou.

Isto foi em 1.971, mas lamentavelmente em 2.003 a editora autorizou uma sub-trama que inseriu o fato de que, quando Stacy foi à França, ela estava grávida de Osborn. Virgem, Gwen se entregou a uma noite de tórrida paixão com o homem mais velho, teve uma gravidez anormal, deixou os bebês para adoção e voltou para os EUA. Conhecendo a razão de a garota ter ido ao velho mundo, Norman acrescentou mais um motivo para matá-la.

A história, clássica por sinal, termina com Gwen e Norman mortos. Mas a Marvel não quis assim...

Na segunda metade dos anos 1.990 o Homem-Aranha atravessava uma longa trama conhecida como “A saga do clone”. A história dura cerca de quatro anos e foi duramente criticada pelas reviravoltas e novas reviravoltas. Ao final da história, necessitando de um vilão expressivo para tamanha trama a Marvel decidiu que somente Norman Osborn poderia se encaixar no papel e o trouxe de mais de duas décadas dos mortos.

Norman voltou como empresário respeitado.

Num primeiro momento, semelhante à uma estratégia da DC Comics, onde Lex Luthor comprou o Planeta Diário, Osborn comprou o jornal Clarim Diário.

Num segundo, num de seus ataques ao Aranha feriu gravemente Flash Thompson, um coadjuvante antigo da série.

Em função da constância de aparições do Duende Verde no selo/universo Ultimate – um selo da Marvel que aproveita a estratégia de filmes da editora para relançar os personagens a partir de 2.000 – o vilão sumiu da continuidade padrão.

Após uma longa fase nas mãos de Howard Mackie o Aranha do universo Marvel padrão ia para as mãos de J. M. Straczynski.

Apesar de início elogiado e certas constância de qualidade nas tramas, é neste período que se desenvolve a história da gravidez não revelada de Gwen Stacy. A trama foi duramente criticada.

O escritor chamado Brian Michael Bendis, vindo da cena alternativa, se estabelece como referência de qualidade na Marvel.

Assina Ultimate Spider Man e Demolidor, além de fases em outras séries como Ultimate X-Men. No lançamento do selo Marvel Max, um selo adulto da editora, cria a série Alias, que tem estrutura narrativa diferenciada.

De adulto Alias tem uma cena de sexo anal na primeira edição e a narrativa, não convencional. Por sinal a cena não é explícita e só é sub-entendida como tal.

Porém, com ou sem sexo anal, Alias – que não é sobre sexo – é muito boa e coloca Bendis ainda mais em evidência. Ele é citado como capaz de criar argumentos mainstream como Ultimate Spider Man, coisa mais experimentais como Demolidor, onde a identidade do personagem é “revelada” – isto mesmo, entre aspas – e coisas bastante alternativas como Alias. Ou seja, pau para toda obra.

A série Alias apesar de ser do selo Marvel Max, se passava na continuidade padrão da Marvel. A editora decidiu fazer algumas alterações e concluiu a trama da série, iniciando uma nova a personagem principal e mais alguns coadjuvantes, chamada The Pulse – seria uma divisão do Clarim Diário, uma revista de fofocas e notícias sobre heróis e super-seres.

No primeiro arco Bendis acerta na mosca e faz mais pelo Aranha em um arco de quatro partes de uma série que não é do Aranha, do que os últimos quinze anos de séries do aracnídeo: revela publicamente e incontestavelmente que Norman Osborn é e sempre foi o Duende Verde!

Norman é preso e julgado. Vai para a cadeia!

Bendis continua em ascensão e assume o título principal dos Vingadores, iniciando uma série de eventos que irá levar à Invasão Secreta.

Após o relançamento da série Thunderbolts por Fabian Nicieza & Kurt Busiek, o segundo assinou um contrato de exclusividade com a DC Comics na época de Dinastia M, permitindo que a Marvel entregue os personagens nas mãos de Warren Ellis.

Thunderbolts é uma série sobre vilões em redenção. Nas mãos de Ellis virá uma versão mais perversa do Esquadrão Suicida da DC Comics. Vilões presos trabalham para o estado americano em troca de algo, seja perdão ou dinheiro.

Norman torna-se líder dos Thunderbolts, tão lunático como sempre.

Durante a invasão skrull ele fica em evidência quando dispara um tiro significativo e cai nas graças da mídia como herói.

Com a desgraça de Tony Stark, o Homem de Ferro, Norman Osborn torna-se a alternativa.

Explico: com o sumiço de Nick Fury após Guerra Secreta, Stark em ascensão, após o evento Guerra Civil (veja aqui), assume a agência de espionagem, contra-espionagem e anti-terrorismo conhecida como SHIELD. Porém os esforços de Stark não foram suficientes para perceber e impedir a invasão skrull.

A SHIELD é destruída e em seu lugar surge a HAMMER (martelo em português), uma nova agência onde Norman Osborn, perdoado por seus crimes é o diretor e manda-chuva.

Osborn ainda sonha com o poder e muito.

Ele se apodera de tecnologias das armaduras do Homem de Ferro e cria uma versão para si, chamado Patriota de Ferro, de modo a fundir no imaginário popular as figuras do Homem de Ferro e Capitão América.

Em seguida, com a equipe dos Vingadores dividida desde Guerra Civil, une-se a personagens que assumem identidades alheias como Miss Marvel (a vilão Rocha Lunar), Homem Aranha (o vilão Venon/Escorpião), o Capitão Marvel (na verdade o Marvel Boy) e Wolverine (na verdade, o filho deste), além de Ares e Sentinela. Chamando sua equipe de Vingadores tem histórias narradas na série Dark Avengers de Brian Michael Bendis & Mike Deodato.

Para estabelecer sua base de poder, Osborn faz acordos com os principais vilões do Universo Marvel. Entre eles Dr Destino, Emma Frost (dos X-Men), Loki e Capuz, que ocupa o espaço vago deixado pelo Rei do Crime (Wilson Fisk), ausente da cidade.

Este é a história até o momento.

Mas as coisas vão piorar... e muito!