Publicada nos EUA em dezembro de 2.008 e traduzida pela
Panini em
Crise Final Edição Especial # 03 (outubro/2009) aqui temos o roteiro de
Grant Morrison, o lápis de
Matthew Clark e os finais de
Norm Rapmund para narrar uma excelente história de submissão.
Darkseid, o novo deus maligno, regente de
Apokolips dominou completamente o mundo, bem... não completamente, por que aí não teria mais histórias para contar. Dominou quase que completamente o mundo...
Existem alguns focos de resistência espalhados pelo mundo (veja edição especial
Crise Final: Resistência).
Aqui temos a tentativa de herói
Raio Negro de levar a família do criminoso
Tatuado para um centro de resistência.
Claro que Morrison trabalhando na DC tem que enfiar um bando de ocorrências banais. Uma delas é que alguém está editando o
Planeta Diário no prenúncio do fim da civilização – e não é a primeira vez, em
Noite Final, outra mega-super-saga-arrasa-quarteirão de verão houve também uma linha de argumento neste sentido.
Outra bobagem é a resistência entre Raio Negro e Tatuado (Mark Richards). Ambos são negros. Raio Negro é professor do ensino secundário norte-americano e sua identidade é pública. Criado nos anos 1970 tem alicerces nos movimentos sociais – o equivalente na
Marvel em discurso, acredite ou não, é o
Falcão, parceiro do
Capitão América, que também tem identidade pública e histórico com movimentos sociais.
Tatuado pode construir construtos com suas tatuagens e é uma repaginada de um inimigo clássico do
Lanterna Verde. A arte faz lembrar, nos construtos, o personagem
Darkness da
Top Cow, criado por
Marc Silvestri em quem Matthew Clark parece se inspirar em alguns momentos.
A trama explora uma centena de clichês, mas se sai muito bem explorando-os. O resultado é um misto de “clichê máximo” e satisfação, pois convence.
Cheio de mensagem subliminares próprias do trabalho do autor, Morrison não deixa de dar sua pontada. Em duas seqüências aparece “
A origem das espécies” de
Charles Darwin. Na primeira, Raio Negro impede que o livro seja queimado como combustível, com o seguinte diálogo “
Queimar livros é o que os justificadores do Darkseid fazem.” – justificadores são a polícia do deus do mal que conseguem converter os prisioneiros.
No final, convertido à fé negra de Darkseid, Raio Negro joga o mesmo livro nas chamas com as frases: “
Hrr. Lixo. O que discorda de Darkseid é heresia. O que está de acordo com Darkseid é supérfluo. O fogo não precisa de professor! As chamas não precisam de instrução! A antivida justifica minha ignorância! A vida é uma questão. A antivida é a resposta”.
Isto não deixa de refletir a posição de muitos em relação ao evolucionismo. Eles argumentam que é heresia e sequer lêem o material de Darwin para descobrir o erro do pesquisador ou seus acertos.
Uma pena...
Por sinal há em bancas uma edição excelente da "
Livros Escala" que está sendo redistribuída por meros
R$ 19,90. São 462 páginas e páginas com uma formatação que permite recordatários tanto do tradutor/editor, quanto do leitor, se desejar.
Mas
Submissão é empolgante e vale o dinheiro empregado na aquisição.