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A lógica dos mixes
nacionais parece concluir que bastar alocar um medalhão, um título
neutro e um título ruim para compor as edições da Panini. Isso se
agrava bastante com a série da Liga da Justiça que reúne além da
série título, as séries do Capitão Átomo e Liga da JustiçaInternacional.
A lógica do rebute
(reboot, se preferir) é uma reconstrução por soma de partes boas.
A série do Capitão Átomo apresenta o personagem do zero, já a da
Liga da Justiça Internacional explora uma ideia de Liga da Justiça
que seja mantida para ONU, semelhante em termos ao conceito
apresentado na fase de Keith Giffen & JM DeMatteis – a famosa
fase cômica, que começou bem séria. A história não funciona nem
na arte, nem no texto.
A história da Liga
exige uma análise mais detalhada. Um Batman fugindo das autoridades
é um Lanterna Verde cômico é um resultado direto dos filmes dos
personagens. Mas a trama começa de um ponto qualquer com Batman
sendo perseguido pelas autoridades e por sua vez perseguindo um
parademônio. Não há explicações maiores, e talvez seja o maior
erro da edição nacional. Não há um texto explicando que houve um
rebute e – no mínimo! - que os personagens serão novamente
apresentados aos leitores.
Não é uma edição
cara. No quesito arte, Jim Lee está bem, porém com um traço
apressado. Freddie Williams (Capitão Átomo) tem um arte belo, que
funciona bem na parceria com o colorista José Villarubia. Já a
dupla Aaron Lopresti & Matt Ryan, legado de Liga da Justiça:
Geração Perdida, não tem muito a acrescentar aos anais dos
quadrinhos. No quesito texto JT Krull (Capitão Átomo) ganha fácil
do texto também apressado e sem respostas adequadas de Geof Johns
(Liga da Justiça). Já o texto de Dan Jurgens é neutro, o quê pode
prejudicar o mix nacional sem muitos atrativos além da arte de Jim
Lee.
Vale lembrar que herói
impopulares enfrentando uma invasão alienígena é um bom roteiro
para um filme para apresentar a equipe. Tanto que já foi feito no
cinema pelos Vingadores!