The last emperox, John Scalzi [The interdependency volume 3]

Depois dos dois volumes anteriores (The collapsing empire e The consuming fire) já sabemos sobre Cardenia/Grayland II, Marce Claremont, Kiva Lagos e os Nohamapetan e seus planos de golpe de Estado, aproveitando-se que o “flow” está instável e próximo da ruptura.

A Interdependência é um império que foi construído por sistemas dependentes que se conectam via “flow”, um buraco de minhoca meio que líquido que permite navegar entre um sistema e outro. Com a ruptura próxima, os ricos e poderosos pretendem migrar para “The End” o sistema e planeta que consegue abrigar vida na superfície do planeta sem apetrechos ou viver no subsolo.

Este volume trata do último respiro desses personagens para impedir a morte de bilhões – que serão deixados para trás quando o flow não conectar mais os sistemas da Interdependência – e há uma oportunidade para uma última tentativa de golpe. Porém à esta altura o tamanho da obra age contra. Tudo é elaborado, mas há uma impressão de déjà-vu. Scalzi ainda escreve excelentes diálogos e há um motim liderado por Kiva que rende um capítulo brilhante! No mais parece algo pro forma e que a a todo momento o leitor espera aquele deus ex machina que irá solucionar seus problemas. Não há verdadeiras surpresas… exceto uma, não tão legal.

Encerrado em 31 de outubro de 2019, este livro não teve interferência da Pandemia em sua escrita; ainda que sua distribuição tenha sido bem afetada. Eu mesmo o pedi via “The book depository” em 04 de abril de 2020 e só recebi em 20 de dezembro, quando o prazo máximo era 45 dias! Nos agradecimentos vemos um Scalzi pedindo que os leitores se registrem e que votem. Percebemos que muito do livro é sobre a falta de preocupação da população sobre as ações de seus governantes e como os legisladores acham que tudo pode ser postergado. Graças às características do império há espaço para críticas à igreja também, ainda que não sejam amplas.

Não é meu livro e nem minha série preferida do Scalzi, mas seu problema não é a falta de ideias, e sim o tamanho da obra que dilui tudo. Toda a trama, claro, sugere um visual fantástico e termina com um bom gancho para continuar com narrativas para um personagem em especial. Não seria surpresa se, daqui a duas ou três décadas Scalzi nos presentear com um novo ciclo sobre o futuro deste personagem e da Interdependência – mas será necessário uma longa pausa.

Divertido mas fica a impressão de que poderia ser melhor.

The Interdependency series