Em setembro e outubro de 1996 os volumes de Perry Rhodan elaboravam a situação do Sistema Solar e das organizações existentes. O jogo era que Atlan desejava um ataque aos tolkandenses e buscava uma maneira de não cair em frente ao embaralhador que não permitia um raciocínio lógico dos agentes quando nas áreas afetadas.
O volume 1828 (29 “Cassino da Galáxia” de Arndt Elmer) não é dos meus preferidos. Se passa em 26 de janeiro de 1289 NCG e sua ação se concentra no cassino estabelecido na nave BASE e é basicamente um jogo de gato e rato entre uma agente terrana e um fugitivo. Se o episódio consegue desenvolver um bom cenário sobre escravidão e venda de órgãos para o mercado de dívidas de jogos não consigo pensar que ele acrescente (no momento) algo relevante.
Os volumes 1829-1831 são o centro do ataque (30, “Missão Humanidron” de HG Francis, 31, “O redutor de QI” e 32 “Réquiem para o smiler” de Ernest Vlcek). Em “Missão Humanidron” há uma trama sobre agentes e segredos, onde uma agente é capturada mas libertada em seguida pelo seu captor no Fórum Raglund (personagem na capa do volume, da raça cheborparnense, que já estava na Terra nos séculos X e XI e foram vinculados aos demônios). Perdido no meio da trama a ideia que os tolkandenses obedecem a uma raça/criatura mas que não sabem quem é.
Durante a conferência para decidir a posição a ser tomada Atlan consegue unir as raças para uma ação conjunta contra os tolkandenses – não sem antes todas deixarem claro suas insatisfações e restrições pessoais e orçamentárias. O ataque acontece em 21 de fevereiro de 1289 NCG e apesar de derrubarem algumas naves tolkandenses, não logra resultado maior.
A ação de “O redutor de QI” e “Réquiem para o smiler” se passa imediatamente após o ataque quando tenta se reproduzir a idiotização de Pepe – um simplório de Lafayette. Os cientistas decidem que pessoas com baixo quociente de inteligência não sofreriam os efeitos da varredura de embaralhamento. Criam uma droga que faz a queda da inteligência e planejam enviar uma tripulação reduzida para tomar posse dos vivoc.
Ronaldo
Tekener – que em um prólogo apressado havia ficado nove meses
enterrado vivo – ressurge e assume a missão, e a frota ataque o
sistema Scarfaaru como distração para uma equipe se segue
para o Humanidron buscando exemplares do vivoc. Mas a tensão é
centrada na pouca habilidade de inteligência dos personagens e como
à medida que se idiotizam também ficam mais violentos entre si.
Apesar
de eu não gostar dos episódios 31 e 32 o seguinte (33, “Fuga
de Lokvorth” de Horst Hoffman) consegue inserir bons
elementos. Um velho inimigo de Ronaldo Tekener, chamando de
Ten-No-Than (de uma raça felina) o encontra idiotizado em
Lokvorth e deseja vingança, mas compreendendo a situação e o risco à sua própria vida, trabalha com
Atlan para salvar Tekener e Agnes Fidor, os únicos
sobreviventes da missão que já havia conseguido enviar exemplares dos vivoc para a Rico/Gilgamesh - as naves são modulares.
Os interesses de Ten-No-Than são paupáveis (ele deseja uma nave para fugir daquele planeta e sistema solar) e cria uma tensão compreensível, especialmente porque já bastante idiotizados Ronald e Agnes meramente balbuciam meias frases durante o episódio enquanto vemos o transporte de vivoc para áreas “de armazenamento e produção”. Acho-o no entanto um excelente fim para o arco da missão do Humanidron e o resgate dos vivoc, que se descobre germinar seres distintos em função da proximidade com “energias vibratórias” dos seres vivos ao redor.
O episódio também estabelece que componentes biônicos/mecânicos criam níveis variados de resistência ao embaralhador.
No arco todo me incomoda muito o abandono que personagens fazem com amigos que supostamente estão mortos, mas que não tiveram a morte confirmada. Tekener passa nove meses enterrado e depois é facilmente dado como baixa de guerra, algo que já havia ocorrido com Alaska Saedalaere – desaparecido junto com Rhodan e Reginald Bell há muitos episódios. Parecem que todos são dispensáveis e que baixas de guerras são plenamente aceitáveis.