A Zona Morta (1979), Stephen King

John Smith é um professor secundário que após um espancamento na infância passou a apresentar uma “sensação” de previsão, algo que se intensifica na vida adulta após um acidente de trânsito que o deixa em coma por quase cinco anos. Ao retornar do coma ele consegue consegue ler as pessoas ao tocá-las, mas não exatamente ler seu futuro. A “leitura” não é algo ordenado. Ele vê que uma operação nos olhos do filho de uma enfermeira é uma boa solução; o paradeiro da mãe de seu médico – dada como morta na 2ª Guerra ou o anel de casamento de sua ex-namorada, agora casada com um advogado com inclinações políticas.

Após auxiliar em uma investigação policial em Castle Rock, descobre que um político despreparado irá se eleger à presidência dos EUA e colocar em risco o mundo. O quê deveria fazer?

Bem dividido e deixando claro as inclinações políticas de King – além de antever em décadas os políticos dos anos 2010/2020 -, “A Zona Morta” mostra as consequências de poder ler o futuro e acertar: quase sempre perder a amizade e as pessoas se distanciam dele. Além das profundas críticas políticas, King também antecipa a loucura da influência dos televangelistas, algo que também casa com os problemas reais atuais, além da antiga questão acerca de Hitler: se pudesse voltar no tempo e matá-lo antes que ele iniciasse sua ascensão, você faria isto?

Um excelente livro que casa no padrão de pouco ou nenhum terror, apenas uma história de fantasia bem narrada. (8|7|5)