Um quinteto de oficiais de baixa patente chegam à nave Intrepid e passam a perceber que a rotatividade de alferes naquela nave é superior ao aconselhável para sua própria saúde e segurança, além de sutis detalhes que mostram que seus oficiais superiores tomam decisões poucos lógicas que não detalham todas as informações aos seus subordinados, raramente são feridos de modo definitivo e os expõem a riscos desnecessários.
O alferes Andrew Dahl vai à fundo em sua busca pela “verdade” e acaba se deparando com um grande segredo que, é claro, mudará sua vida e de todos os envolvidos. E a exploração deste segredo leva ele, seus amigos e o leitor a uma aventura pouco usual no ramo das séries de ficção científica.
Scalzi é um hábil escritor e transforma uma piada estendida em uma novela – e a versão física da editora Aleph tem o cuidado de estender ainda mais tudo, com páginas apenas com o número dos capítulos e entre linhas maior que o necessário. No início me pareceu bastante divertido, mas a partir de um determinado momento parece novamente aquele filme de Sessão da Tarde: você assiste, mas dez minutos depois tem uma lembrança distorcida, baseada apenas nas lembranças das melhores sequências. Digo “novamente” porque li uma novela mais recente do Scalzi “The Kaiju Preservation Society” que parece-me a mesma coisa.
Talvez a grande mudança seja para fãs da franquia Star Trek de onde vem o termo “red shirts” (“camisas vermelhas”). Em Star Trek havia um grande número de mortes de pessoas que usam as tais camisas vermelhas, o quê sempre foi uma fonte de piada para os fãs. Após a leitura desta novela fica evidente o descuido e a problema de alguns roteiros e soluções adotadas nas séries, algo que Scalzi usa para construir o absurdo das decisões e situações na Intrepid. A sequência da “Caixa” e a explicação da solução para o oficial de Ciências é impagável e rende bons momentos e uma boa lembrança. Mas a novela é isso: boas piadas no terço inicial e algo meio que esquecível no geral.