Perry Rhodan 3000: O Mito da Terra

[Trama]

Perry Rhodan acorda e descobre bem lentamente que se passaram cinco séculos. Por extensão, descobre que sua nave sofreu um grande dano de origem misteriosa e que foi invadida por uma criatura de aparência humanoide que tem falhas de memórias. Esta criatura que aparenta ser uma mulher e se chama Zemina Paath, explica à Rhodan e posteriormente sua equipe que houve mudanças no esquema de poder – há uma nova raça no poder – e que a Terra, berço das aventuras de Rhodan, é tida atualmente como uma lenda, um mito – e está desaparecida ou ao menos a sua localização é desconhecida.

Como trama paralela temos o resgate do esposo de Giuna Linh de uma prisão. Giuna cede aos comerciantes Kondayak-A1 e Cyprian Okri dois ativadores celulares – os aparelhos que permitem a virtual imortalidade a Rhodan – em troca da possibilidade de ir a uma prisão de difícil acesso resgatarem seu esposo, prisioneiro político.

[Comentários]

Em 20 de abril de 2021, quando a série original estava no número 3114, a SSPG Editora iniciou mais uma frente de tradução de Perry Rhodan, recurso que a editora tem utilizado com certa frequência para alimentar o desejo dos leitores da maior série de ficção científica de todos os tempos por episódios mais contemporâneos. Ano passado iniciou uma frente a partir do número 2700 (ainda trimestral) e dois anos atrás iniciou uma frente a partir do número 1800 (mensal), além de continuar a traduzir a série padrão em formato contínuo – está atualmente por volta do número 1075 – e também uma frente anterior convertendo material originalmente lançado exclusivamente em livro, já que agora a SSPG lança todo o material em formato digital.

Confesso ser impossível acompanhar tanto material e especialmente oneroso financeiramente – cada volume digital tem o custo atual de R$10,90. Mas tudo que li (vejam os posts aqui no blog) me mostra uma série que continua a crescer em qualidade e sabe se vender para as gerações mais novas inserindo narrativas e questionamentos mais recentes, além de quebrar paradigmas do processo de contar histórias. A trama de Giuna, seu esposo e os comerciantes 10 anos antes seria narrada em episódios duplos e alternados se estendendo talvez por um mês ou mais, por exemplo. Aqui foi a trama de metade da edição. A reformulação visual e estrutura de narrativa é algo que se torna tangível na série e que impressiona leitores que, como eu, leem vários períodos (ciclos) ao mesmo tempo.

Há algo nostálgico e um subtexto que afasta neófitos, certamente, mas talvez o formato digital, a possibilidade de acompanhar um ciclo apenas e o espaçamento entre edições permitam que novas pessoas se aproximem do material, ainda que eu ache a editora bem tímida no quesito publicidade, pois aparentemente prega para convertidos e foge de soluções “cômodas”. Mas cada um tem um próprio plano de marketing e a editora merece crédito por entregar oito episódios por mês já há algum tempo.

Conheço a estrutura da série e sabendo que entre os ciclos (geralmente de 100 edições) há saltos temporais na série e que praticamente um número múltiplo de 100 inicia uma nova trama sem relação muito forte com as anteriores eu me sinto confortável. Mas a sensação de “novo de novo” não me convence depois de tantos ciclos. Mecanismos que previnam falhas e que permitam a Rhodan se atualizar já deveriam ter sido adotados.

Um bom início. De novo.

Episódio anterior 2999: Genesis.

Episódio seguinte 3001: Deuses e patronos.