Nobre europeu como agenda oculta e ligações com o sobrenatural deseja residência em Londres e contrata um escritório de advocacia que envia um jovem para a assinatura de documentos, o quê se prolonga por semanas, já que o nobre deseja aprender inglês e tem hábitos excêntricos - estes, como suas ligações com o sobrenatural são revelados aos poucos.
O
nobre Draculitz ruma para Londres e deixa para trás o jovem
Harker. Uma teia de coincidências faz com que o conde, com
uma identidade falsa se aproxime da jovem Lucy, amiga de
Wilma, noiva de Harker. Draculitz seduz e vampira a moça
enquanto estabelece um plano de dominação global! Wilma se aproxima do Professor Van Helsing que auxiliou na fase final da estranha doença de Lucy e juntos trazem luz a este novelo que insere alguns tópicos que ampliam a leitura mas não somam na história, ainda que detalhes como as dezenas de caixões de Draculitz, espalhados de modo a que ele sempre esteja próximo de um ponto de descanso, são provas que Stoker pensou em muitos detalhes no seu processo de escrita.
Publicado
como folhetim semanal em jornal e escrito de uma forma que aparenta
ser epistolar “Poderes das Trevas” é uma versão sueca do romance gótico
“Drácula” do escritor Bram Stoker, aqui auxiliado
por um tradutor/editor chamado de “A-e”. A edição nacional é
belíssima e o livro é uma versão ampliada do romance original,
seja com tramas novas (a onipresente questão de uma sociedade para
dirigir os caminhos do mundo, o darwinismo social tão comum em obras
de fim de século) ou personagens novos; ou ainda personagens
preexistentes trabalhados de forma distinta (Wilma a versão de Mina em "Poderes das Trevas" é um excelente personagem, mas não tem os mesmos problemas que a sua versão oficial). Nos capítulos iniciais
a trama recebe enorme ampliação, tornando-se um excepcional romance
gótico; mas a medida que o aproxima do fim, talvez por falta de
material extra original ou por questões referentes à necessidade de
encerrar a publicação do folhetim, a trama é sensivelmente condensada em
comparação com sua momentos iniciais e deixa de ter
apêndices, abreviando até algumas ideias. Uma ação de resgate em uma manicômio inclusive é citada en passant.
Não me entusiasmei com a leitura e como ainda não li “Drácula” não me é possível comparar as duas obras. De certo modo creio ser meio que pretensioso e incapaz de cumprir sua proposta original. Errará também quem ache que terá mais sensualidade, sexo ou violência, pois comparado às leituras modernas estes itens são parcos ou inexistentes – ou simplesmente alimentados por uma leitura específica do material.
É
uma curiosidade, mas não passa disto. Mas é uma curiosidade bonita.
576 páginas, ISBN 978-65-87515-33-5.