Na terceira parte da trama Mazinha, que ressurgiu dos mortos no volume anterior, faz um bando feminino de cangaceiras e parte para a vingança contra todos que lhe feriram.
Após belíssimas páginas sequenciais de violência a ação chega a Serra Talhada (PE) em 1923 onde Mazinha reencontrará aquele que, no seu entender, lhe fez mais mal: Bem-te-vi. Mas para tanto entrará em uma cidade que parece saber como agir contra os cangaceiros.
Shiko, escritor e ilustrador, entrega mais um episódio da história fantástica de Mazinha que se concentra em sua vingança, mas a partir daí ousa um pouco mais e costura a trama que já estava desenvolvendo com uma trama maior. Nas páginas finais começa a contar uma história em flashback que se passa em São José do Belmonte (PE), município que faz divisa com Serra Telhada - ou seja, ali perto, próximo o suficiente para influenciar os acontecimentos.
Em 14 de maio de 1838 supostamente Dom Sebastião apareceu a líder religioso local e avisou de seu retorno – isto é histórico e este movimento do retorno de Dom Sebastião, morto em 1578, é chamado de “sebastianismo” e viria a influenciar Antônio Conselheiro e a Revolta de Canudos.Mas para que fosse
possível o retorno, seria necessário que as pedras específicas em
Belmonte fossem banhadas com o sangue de sacrifício humano.
Não fica claro a relação entre Mazinha, seus poderes místicos, a criatura que a ressuscitou e permite que transfira o poder para suas protegidas e o líder messiânico de 75 anos antes, mas como o foco do capítulo é a vingança, a graphic novel rende lindas páginas, quase como um interlúdio antes do fim – originalmente a trama fora prometida como um produto em três partes.
Produção do autor disponível em sua loja e em gibiterias do Brasil, creio fortemente que após a conclusão da trama, retornará em formato de integral.
Aguardem e verão.