Astro City tem uma longa carreira que remonta ao ano de 1994 quando um jovem escritor (Kurt Busiek) que havia feito uma série de grande impacto (Marvels) com um artista espetacular (Alex Ross) lançou por uma editora “novata” (Image Comics) uma história que mostrava as narrativas próprias de quadrinhos sob um olhar humano. O desenhista de Astro City era Brent Anderson e Ross aqui ficaria com alguns designs e as capas.
Iniciada na Image sob o selo WildStorm, Astro City passaria ainda pelo selo “Homage” (um selo dentro da WilStorm) e pela Vertigo quando retornou após um hiato. Sua carreira na Vertigo é bem emblemática porque alcançou a maior numeração contínua e a soma de suas edições ultrapassaram na edição 100 (no número 41 da série da Vertigo).
Quando encerrou sua passagem na Vertigo – que marca também o fim do selo – Busiek havia informado aos fãs que trocaria o formato para eventuais graphic novels, mas um problema de formato e contrato (o contrato não previa este formato) e a demissão de seu editor o deixou em um “limbo” após 2018. Houve algumas informações gerais sobre a história e que ela continuava a ser desenvolvida, mas sem publicidade da arte e sem detalhes.
Em
2021 o acervo de Astro City deixou de ser comercializado no formato
digital pela DC Comics e passou a ser comercializado pela
Image Comics e no início de 2022 Busiek, Anderson e Ross lançam a
edição especial “Astro City That was then… Special”
que foca em uma equipe de parceiros juvenis, os Jayhawks, que
em 1969 estão viajando pela América com o objetivo de se
reencontrarem, definir metas e planejar seu futuro, especialmente
depois que houve um acontecimento terrível no passado recente.
A edição não se aprofunda muito na trama e nem na apresentação dos personagens, sendo mais um prelúdio – na Image certamente seria um número zero – para uma trama futura. Os Jayhawks sofrem e narram parte de sua história mas tudo indica que serão importantes em breve.
Não é uma edição com uma trama elaborada, mas sim uma edição para inserir ideias que serão desenvolvidas. Deste ponto de vista uma excelente história. Também evita o clichê das tramas de equipes adolescentes, mas está lá a proteção dos personagens mais velhos aos seus parceiros, algo que é parte da trama. A arte e cores sustentam bastante a psicodelia daqueles anos, sugerindo coisas que não são mostradas… ainda.
Que venha mais.