[História]
No
fim do século XIX um grande programa realocou crianças órfãs ou
em condições de miséria de Nova Iorque para o oeste dos Estados
Unidos da América.
Esta
história se passa em 1.920 e narra a viagem de Jim, tentando
proteger seus irmãos e permanecer unidos ao mesmo tempo em que
aprende a regras da vida que lhe foram impostas. Setenta anos depois,
em 1.990 o velho Jim procura juntar os cacos de sua vida e
reencontrar-se com seu passado.
[Comentários]
De
longe o melhor lançamento inédito que li neste ano, O trem dos
órfãos consegue atingir seu objetivo sem ser didático em
demasiado. Narra a história do Orphan Train Riders, explica o
contexto, os objetivos, e os vícios do programa sem longas passagens
cheias de diálogos tediosos. O leitor sente a tristeza de Jim e como
o personagem se encontra perdido nos eventos que o cercam. Seu pai o
abandona e ele, analfabeto, não sabe reconhecer o fato. Aos poucos
vê seu irmão mais novo e sua irmã de colo também serem adotados
e, no processo, perde a própria identidade.
A
obra de Phillipe Charlot (texto) e Xavier Fourquemin
(arte), com cores de Scarlet Smulkowski e tradução de
Danielle Reichelt é belíssima e o único senão é o formato
adotado pela Editora 8Inverso, menor que o tradicional formato
“álbum” usando um formato parecido com o adotado pelo HQM na
série Os mortos-vivos. O álbum merecia não somente o formato
padrão para os álbuns franco-belgas como um acabamento em capa
dura.
Belíssimo
trabalho com texto, arte e cores que conseguem unir-se para
apresentar um resultado final adequado e pungente.
No
site da editora original (aqui) é possível notar que há um segundo ciclo
da série e mais quatro álbuns vinculados a este segundo ciclo.
O
trem dos órfãos – 1 – Jim/ 2 – Harvey de Phillipe Charlot &
Xavier Fourquemim, tradução de Danielle Reichelt, Editora 8Inverso,
1ª Edição, Porto Alegre, julho de 2015. ISBN 978-85-62696-30-5.