Em 2.006,
depois de iniciada a longa série Astro City: Dark Ages Kurt
Busiek decidiu lançar quatro especiais entre os volumes da
série. Há poucos meses, como parte de uma estratégia de
relançamento de Astro City, a DC Comics iniciou uma reedição
dos encadernados da série e publicou Astro City: Shining Stars
que reúne os especiais de Samaritan, Beautie,
Astra (uma série em duas partes) e Silver Agent
(também uma série em duas partes, publicada após a conclusão do
volume 4). Exceção feita para a série do Silver Agent, que se
passa no futuro, os especiais se passam no presente, contrastando com
os quatro volumes de Dark Ages que se passam no passado, durante os
anos 1.959 até a metade dos anos 1.980.
O
especial de Beautie dá foco na boneca androide membro da equipe
Guarda de Honra. Com origem incerta, a personagem deseja
descobrir suas raízes e encontrar seu criador, mas o tom é de uma
história de rejeição. É, definitivamente, a história do filho
rejeitado pelo pai que deseja provar seu valor, sem muito sucesso,
pois o pai insiste em ver os defeitos.
Como é
uma história de origem (Quem sou? Como vim a ser? O quê me motiva?)
acompanhamos Beautie desde sua chegada em Astro City, suas respostas
esdrúxulas (“sou de plástico, não tenho genitália”) e
seu envolvimento com a comunidade gay e a adota como símbolo (ela
chega a morar acima de um bar gay) após um ataque de um grupo
ultra-científico de extrema direita durante o Stonewall
Celebration. Diferente da bobajada mostrada por Scott Lobdell
em Novos Titãs do relaunch da DC Comics – Os
Novos 52 – os gays não bem retratados e não um estereótipo
de sua opção sexual.
É um
especial absolutamente simpático e despretensioso. No início parece
ser um pouco chato – afinal quem quer ver a história de mais um
robô em busca de humanidade? – mas a partir do momento em que
descobrimos a rejeição, torna-se uma visão única das fragilidades
do relacionamento humano e suas motivações.
Por Kurt
Busiek (texto), Brent Anderson (arte) e Alex Ross (capas e
designs).