Todo
ciclo tem um início, um meio e um fim. Kurt Busiek em sua
Astro City mostra isso de diversas maneiras. Seus personagens
envelhecem e alguns morrem definitivamente sendo substituídos por
seus parceiros mirins que não teimam em não assumir o fardo para
qual foram treinados.
Silver
Agent, uma minissérie em duas partes, é um posfácio para a
série Astro City: Dark Ages, mas o assunto abordado por aqui
começou muito antes. Desde a primeiríssima série Astro City, lá
nos anos 1.990, sabíamos que a cidade tinha feito algo com o herói
e que se envergonhava disso. Há uma estátua no Parque não lembrar
as pessoas da vergonha. Mas não se sabia o quê e quais foram as
circunstâncias. Nas séries Astro City: Local Heroes e Dark
Ages (esta em 4 volumes de 4 partes), descobrimos o que aconteceu e
um uso inteligente para a viagem no tempo nos quadrinhos. Não é
novidade, pois Busiek já tinha usado o recurso com inteligência
antes quando abordou a história de Jack-In-The-Box.
A série
mostra a origem do Silver Agent, que vem de uma família que se honra
em proteger e servir à sociedade e como venceu a poliomielite para
se tornar-se primeiro um servidor (um simples carteiro) e depois um
herói (após uma experiência com super ciência).
Incriminado
e preso, Silver Agent é resgatado minutos antes de sua execução e
enviado para um distante futuro. Cumprindo lá seu novo papel e
auxiliando uma equipe de agentes que se inspiraram nele e formaram
uma corporação, compreende que sua viagem de retorno à sua época
de origem irá provocar uma série de paradas que auxiliarão a
humanidade em vários momentos de dificuldade, até que retorna ao
exato momento em que foi levado e assume seu papel na história.
Uma
história reveladora sobre ainda termos alguém que presa servir ao
coletivo, à sociedade e se regojiza no fato... mas aí termina a
edição e voltamos à realidade: é ficção!
… Mas
não deixa de ser uma boa e desejável ficção.